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Em fórum empresarial sobre adaptação, MCTI destaca ações na agenda climática
Foto: Piti Reali/Divulgação FGV.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) apresentou dados sobre a mudança do clima no Brasil durante o Fórum Empresarial de Adaptação à Mudança do Clima nesta quarta-feira (26), em São Paulo (SP). A iniciativa tem o objetivo de mobilizar lideranças para ação e investimento em medidas de adaptação, alertando sobre riscos diretos e de curto prazo, e sobre os impactos e riscos envolvidos nas cadeias de valor e de longo prazo.
O secretário interino de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Osvaldo Moraes, destacou na abertura do evento que há mais de 30 anos o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) aponta mudanças importantes para o clima no Brasil e que ao longo das décadas aumentou o grau de confiança sobre os dados. Segundo ele, entre as alterações mais importantes estão o aumento de chuvas no Sul, que já tem sido observado, e o aumento das temperaturas na região central do Brasil, área onde estão importantes reservatórios de geração de energia elétrica.
“O aumento de temperatura pode afetar a disponibilidade hídrica e afetar o preço da energia elétrica”, descreveu indicando possíveis impactos em setores estratégicos. “Um seminário como esse, que está dialogando com os grandes setores econômicos brasileiros, precisa olhar para essas questões para ter ações mais efetivas”, complementou.
Estudo sobre as mudanças observadas no clima no Brasil nos últimos 60 anos, elaborado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a pedido do MCTI para subsidiar o Plano Clima Adaptação, comprovam as projeções. As chuvas aumentaram em 30% no sul e reduziram em cerca de 40% em áreas do interior do nordeste e norte do sudeste, houve aumento no número de dias secos consecutivos e no número de dias de ondas de calor. Em algumas áreas do país, as temperaturas máximas já subiram 3°C.
Moraes destacou ainda a necessidade e a urgência de políticas de adaptação enfatizando a necessidade imediata de reduções consistentes e contínuas de emissões de gases de efeito estufa. “Se fizermos política de adaptação à mudança do clima mas continuarmos emitindo, quem vai conseguir se adaptar?”, questionou.
Dados climáticos - O ponto focal do Plano Clima Adaptação do MCTI, Sávio Raeder, apresentou as iniciativas executadas pela pasta e os mecanismos de mobilização para produção de dados climáticos com objetivo de disponibilizar a melhor ciência e tecnologia para a tomada de decisão sobre o tema e que podem ser absorvidos no planejamento empresarial para adaptação à mudança climática. Ele citou a elaboração das Comunicações Nacionais e os Relatórios Bienais de Transparência do Brasil à Convenção do Clima, e a mobilização de redes de pesquisadores por meio do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, seja por meio de unidades vinculadas, institutos nacionais de ciência e tecnologia, da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas (Rede Clima), e do Centro de Síntese em Mudanças Ambientais e Climáticas, entre outros.
“O Ministério conta com uma lista de competências de mobilizar a ciência, um espírito de produção de conhecimento para subsidiar as políticas públicas para qualificar a ação do Estado e que pode, de forma colaborativa e associada ao setor privado, apoiar as ações relacionada à mudança do clima”, afirmou Raeder.