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Brasil e Colômbia querem retomar programas de intercâmbio de pesquisadores
Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, adiantou planos de retomada dos programas Foro para o Progresso e Integração da América do Sul (PROSUL) e o Programa de Estudantes-Convênio de Pós-Graduação (PEC-PG). Os dois programas realizam o intercâmbio de alunos e pesquisadores entre o Brasil e países da América Latina, Caribe e África.
“O MCTI deseja retornar à integração latino-americana e isso será feito com o programa PROSUL, para facilitar ações de mobilidade entre pesquisadores do Brasil e da América Latina e Caribe. Outro programa que vamos retomar é o PEC-PG, que é para estudantes de pós-graduação estrangeira, em especial os latino-americanos e africanos”, explicou Luciana Santos.
A fala da ministra ocorreu nesta terça-feira (18), durante encontro com a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação da Colômbia, Yesenia Olaya Requene. A reunião foi marcada pelo desejo mútuo de estreitar os laços entre os países.
Lançado em 2019, o PROSUL tem o objetivo de intensificar o diálogo interno entre os países da América Latina para viabilizar transações em diversas áreas de maneira mais eficiente. Já o PEC-PG, utiliza como ponto de partida o Acordo de Cooperação Educacional, Cultural ou de Ciência e Tecnologia para realizar o intercâmbio entre os países em desenvolvimento visando o aumento de qualificação de pesquisadores.
Cooperação bilateral Brasil-Colômbia
Durante a reunião, as ministras conversaram sobre a importância de acordos entre países da América Latina e possíveis cooperações no campo da ciência e tecnologia entre o Brasil e a Colômbia, citando os compromissos de ambos com a bioeconomia e biodiversidade, transição energética, proteção ambiental da Amazônia e agroindústria.
“Existem dois motivos para a parceria com a Colômbia ser tão importante. O primeiro é o alto nível de ciência dos colombianos e o segundo é a integração regional que nós temos, o que inclui a divisão da Amazônia, que é um patrimônio dos povos brasileiro e colombiano. Ela é uma região que mostra a nossa integração latino-americana e nós precisamos dizer em alto e bom som que a Amazônia é nossa”, afirmou Luciana Santos.
Segundo Yesenia Olaya, a biodiversidade e a bioeconomia são dois dos principais pontos em que os interesses dos países se convergem. “Entre as nossas missões está a bioeconomia e a biodiversidade, onde encontramos uma forte conexão com o Brasil, principalmente pela fronteira na região amazônica. O Brasil já tem feito um trabalho forte com o Ministério do Meio Ambiente e agora nós queremos nos incluir para poder tratar do componente científico e tecnológico no combate ao desflorestamento”, revelou Yesenia Olaya.
Ainda durante o encontro Luciana Santos confirmou que a biodiversidade e a bioeconomia fazem parte da agenda do MCTI e devem integrar o acordo. “A bioeconomia, a descarbonização e a transição em segurança energética são pontos para garantir os nossos recursos. No MCTI nós temos o Instituto Nacional de Pesquisa na Amazônia (INPA), o Museu Paraense Emílio Goeldi e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá que tratam desses temas”, explicou.
A ministra brasileira ainda citou o trabalho realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e sugeriu a possibilidade de construção conjunta de um satélite de monitoramento. “Temos o interesse em construir um satélite para o monitoramento da floresta Amazônica. Nesse caso, o Brasil pode contribuir com expertise na engenharia de satélites, com a instalação de antenas para a captação de dados, com treinamento de pessoal e análise de dados”, ofereceu Luciana Santos.