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Adesão do Brasil a grupo internacional de desenvolvedores de semicondutores dá autonomia ao país, afirma ministra
Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)
Poucas pessoas sabem o que são e como funcionam os semicondutores e os chips eletrônicos. Mas praticamente todas as pessoas se beneficiam dessas tecnologias seja no celular que usam, no automóvel que se locomovem, nos televisores, tablets, computadores, etc. Essas tecnologias também são essenciais em setores como defesa, saúde, telecomunicações, aeroespacial, agronegócio, preservação ambiental dentre outras. Recentemente o Brasil deu um importante passo para se tornar cada vez mais autônomo no setor de semicondutores. Desde fevereiro o país se tornou membro premium da Aliança RISC-V International, (abreviação para Reduced Instruction Set Computer – Five) que congrega 70 países.
“Tornar-se membro da Aliança foi mais um passo na nossa jornada para fortalecer nosso ecossistema de empresas e pesquisadores nacionais, contribuindo também para desbloquear gargalos e expandir a cadeia de fornecimento de semicondutores”, declarou a ministra do MCTI, Luciana Santos, durante o RISC-V Brasil evento realizado no Instituto Eldorado, em Campinas (SP), no último dia 14.
Durante o evento a ministra também destacou que projetos estruturantes entre o Brasil e outros países estão sendo desenvolvidos para criar circuitos integrados de alta complexidade e baseados em RISC-V. “Estamos com uma oportunidade inédita de autonomia tecnológica em áreas estratégicas no setor de semicondutores no Brasil”, afirmou.
O RISC-V é uma arquitetura de processadores que se diferencia por sua licença de código aberto. Diferentemente de arquiteturas proprietárias, a RISC-V permite que qualquer pessoa possa utilizar, modificar e distribuir seu design sem restrições, promovendo a colaboração e a inovação em larga escala. A arquitetura RISC-V é baseada em uma abordagem simplificada, focada em um conjunto reduzido de instruções, o que a torna mais fácil de entender, implementar e depurar. Além disso, ela é modular, permitindo a customização de acordo com as necessidades específicas de cada aplicação. Isso proporciona flexibilidade e eficiência, permitindo que os processadores RISC-V sejam adaptados para diferentes dispositivos, desde smartphones e tablets até servidores de alto desempenho.
Outro ponto importante é a escalabilidade da arquitetura RISC-V. Ela é projetada para suportar diferentes níveis de complexidade, desde processadores simples e de baixo consumo de energia até configurações avançadas com múltiplos núcleos e recursos avançados de virtualização. Essa escalabilidade torna o RISC-V uma opção viável para uma ampla gama de aplicações, desde dispositivos IoT até supercomputadores.
RISC-V Brasil
Com uma programação gratuita, o evento focou na troca de conhecimento sobre os desdobramentos e aplicações do padrão aberto RISC-V no Brasil. Um dos objetivos foi consolidar e estreitar a conexão entre a comunidade brasileira dedicada ao desenvolvimento de tecnologias como semicondutores, processadores com uso do padrão aberto RISC-V, supercomputadores (HPC) e Inteligência Artificial.
Parcerias
Entre os projetos já em andamento, o Instituto Eldorado, com o apoio de pesquisadores da Universidade de Campinas (UNICAMP) e parceria com o Barcelona Supercomputing Center (BSC), trabalha no desenvolvimento de uma unidade de aceleração para multiplicação de matrizes integrada a um processor RISC-V. O principal objetivo da cooperação é impulsionar os limites da computação de alto desempenho (HPC – High Performance Computing) e a Inteligência Artificial.
Além de participar do evento, a ministra e o Secretário de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital do MCTI, Henrique Miguel se reuniram com o superintendente do Eldorado, Roberto Soboll, e conheceram a infraestrutura laboratorial do instituto, incluindo a área de semicondutores. Os dois também conheceram o Comitê ELD por Elas, que estimula a capacitação e o protagonismo feminino nos espaços de tecnologia.
*Com informações do Instituto Eldorado