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Rede Vírus discute formas de evitar a expansão da gripe aviária H5N1
Foto: Rodrigo Cabral (ASCOM/MCTI)
Membros da Rede Vírus se reuniram nesta quinta-feira (16) no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para discutir formas de enfrentamento a gripe aviária H5N1, já em circulação no Brasil. O grupo, coordenado pelo MCTI e criado em 2020, é formado por representantes de governo, agências de fomento, centros de pesquisa e universidades e tem como objetivo integrar as iniciativas de combate a viroses emergentes.
A primeira reunião de 2024 foi voltada para uma análise da presença da Influenza Aviária no país. Os dados apresentados pelos pesquisadores mostram que o vírus H5N1 já está em circulação em quase todo o mundo, afetando não só aves silvestres e domésticas, mas expandindo a contaminação para outras espécies.
Entre 2020 e 2024, o número de espécies de mamíferos infectadas pelo vírus aumentou quase cinco vezes, atingindo 64 espécies em quatro anos. A preocupação, agora, é evitar que seres humanos sejam contaminados.
A ministra Luciana Santos, que participou da abertura da reunião, elogiou o caráter integrador da Rede, que envolve diversos ministérios e universidades. Para ela, o combate a viroses emergentes deve ser uma política prioritária.
“É somente por meio de redes que conseguiremos desenvolver pesquisas e garantir inovações com potencial de salvar vidas. Sabemos que as pandemias não vão se encerrar por aqui. Elas são uma tendência e temos de ter a capacidade de antecipá-las, evitando o que vimos no mundo com a Covid. No caso da gripe aviária, não estamos preocupados somente com o impacto econômico, mas sobretudo com a saúde das pessoas”, afirmou.
Trabalho conjunto
Os resultados do trabalho de vigilância são compartilhados entre os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Saúde (MS). O objetivo é detectar de forma precoce os casos suspeitos nas populações de aves domésticas e silvestres, evitando um surto da doença na avicultura industrial, o que colocaria em risco tanto a segurança alimentar quanto a saúde pública.
Para reforçar o enfrentamento ao vírus, o MCTI e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançaram, no fim de 2023, uma chamada para apoiar projetos de pesquisa com foco no combate à gripe aviária H5N1.
Foram selecionados 14 projetos, distribuídos em seis linhas temáticas, que incluem desde o estudo de vacinas até o monitoramento do vírus em animais silvestres e domésticos. As propostas aprovadas contarão com R$ 12 milhões em recursos do MCTI.
“Nosso objetivo é ampliar a vigilância da doença e adotar medidas que reduzam o risco de infecção humana. Nós acreditamos na ciência brasileira e vamos acompanhar essa pauta de perto”, declarou a ministra Luciana Santos.