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MCTI atua para desenvolver novas tecnologias na produção de alimentos
Imagem: GFI
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação trabalha em pesquisas no campo de proteínas alternativas com o objetivo de oferecer soluções saudáveis e sustentáveis para a alimentação dos brasileiros. Entre as iniciativas, está uma serie de workshops em parceria com o Good Food Institute Brasil (GFI). A primeira edição ocorreu em janeiro e outros três encontros estão previstos até o fim deste ano.
As políticas públicas na área vêm sendo elaboradas pela Secretaria de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, por meio da Coordenação de Programas e Projetos em Bioeconomia. O coordenador Bruno Nunes explica que o objetivo é atuar em toda a cadeia produtiva, com soluções que vão desde os ingredientes até a criação de sistemas de produção próximos das cidades, com hortas urbanas e fazendas verticais.
“Queremos que o Brasil deixe de ser o celeiro do mundo para se tornar o supermercado do mundo”, afirma, acrescentando que o país tem um enorme potencial para exportar insumos de alta inovação e também pacotes tecnológicos para a produção de proteínas alternativas.
A ideia, segundo o coordenador, é que essas soluções permitam que o brasileiro aumente o consumo de proteína e se alimente melhor. Tudo isso com a vantagem da sustentabilidade.
“Esses novos processos evitam a abertura de novas áreas para pasto e reduzem a emissão de gases de efeito estufa. O Brasil tem potencial para ser líder na transição verde”, destaca o coordenador.
Tecnologias envolvidas
Atualmente, existem três tipos de tecnologia envolvidas na produção das chamadas proteínas alternativas.
A primeira delas, a plant based, é a mais conhecida pelo público e desenvolve produtos semelhantes à carne animal a partir de plantas e grãos como ervilha e grão-de-bico. A segunda é baseada no cultivo de células e tecidos. De acordo com Bruno Nunes, seria possível, por exemplo, produzir em laboratório uma proteína a partir de células bovinas, mas sem o abate do animal. A terceira tecnologia envolve a fermentação de precisão a partir de óleos e açúcares, por exemplo.
Nas três tecnologias, o objetivo é chegar a um produto com textura e sabor o mais semelhante possível ao que os brasileiros estão acostumados, permitindo uma dieta rica em proteínas e fibras a partir de produtos desenvolvidos com alta tecnologia.
Alimentos do Futuro
Outra iniciativa do MCTI é a chamada pública que selecionou 14 projetos voltados para a pesquisa de novas tecnologias de alimentos. O edital foi lançado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) em 2022 e conta com investimentos de R$ 30.6 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
A expectativa do ministério é que os projetos comecem a ser contratados no primeiro semestre de 2024.