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Retomada da Ceitec está alinhada ao desafio da transição energética, diz secretário de Transformação Digital do MCTI
Rodrigo Cabral (ASCOM/MCTI)
A retomada do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) estará alinhada ao desafio global da transição energética, aponta o secretário de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital (Setad) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Henrique Miguel. O processo de reativação da empresa marcou a atuação da Setad em 2023 juntamente com a revisão da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (Ebia) e os programas de capacitação em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).
A Ceitec, empresa pública vinculada ao MCTI, atua em projetos e fabricação de circuitos integrados e chips para aplicação em diversos segmentos. “Alternativas de rotas tecnológicas foram avaliadas, e a conclusão indica a atuação da empresa no setor energético para apoiar o programa de transição energética brasileiro e a nova política industrial e tecnológica”, afirma Henrique Miguel.
O secretário lembra que a mudança do cenário global e nacional, a dependência dos semicondutores e o impacto em vários setores produtivos motivaram o processo de reativação da Ceitec. O Decreto nº 11.478, de 6 de abril de 2023, autorizou a reversão da liquidação e estabeleceu a retomada operacional da empresa.
Segundo o secretário Henrique Miguel, as futuras atividades da Ceitec deverão ser voltadas para a fabricação de dispositivos para o setor de energias renováveis, novas tecnologias de encapsulamento e de outros componentes semicondutores. “Integrar a Ceitec ao tecido industrial brasileiro é um desafio. Mas agora temos novas possibilidades e perspectivas, porque o movimento do setor industrial, econômico e da sociedade leva para essas questões relacionadas à energia”, avalia.
Segundo Henrique Miguel, para os próximos anos, será importante avaliar as condições da empresa sob a perspectiva industrial e tecnológica, possíveis parcerias, além de recursos orçamentários e humanos.
Inteligência Artificial
Outra ação promovida pela Setad em 2023 foi o início da revisão da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (Ebia), lançada em 2021 para nortear as prioridades do Brasil em torno do tema. Com a iniciativa, o MCTI vai revisitar objetivos, eixos, metas e ações para alinhá-la aos interesses e prioridades nacionais. O processo de revisão da Ebia deve ser concluído até maio de 2024.
“A revisão da Estratégia acompanha um movimento que ocorre no Parlamento e no Judiciário brasileiros com a finalidade de estabelecer marcos regulatórios que vão orientar a utilização da Inteligência Artificial”, afirma.
De acordo com o secretário, o processo de revisão comandado pelo MCTI vai abranger temas fundamentais como atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), recursos humanos, aspectos éticos e regulatórios relacionados à Inteligência Artificial. “Países e blocos estão se estruturando para que essa regulação atenda a maior parte dos riscos trazidos pelo uso indevido da Inteligência Artificial”, ressalta.
Capacitação em TICs
A Secretaria de Transformação Digital também atua para fortalecer a capacitação de brasileiros em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). “Os programas Residência em TIC e Hackers do Bem deverão capacitar cerca de 35 mil jovens por ano”, destaca Henrique Miguel.
O secretário reforça que a demanda por recursos humanos no setor de TICs no Brasil, segundo especialistas, é superior a 100 mil por ano. “Tudo isso vai ser impactado pela Inteligência Artificial. Estamos atentos para adequar os nossos programas a essa revolução que está ocorrendo”, explica.
Henrique Miguel ressalta que o MCTI, em parceria com instituições de ensino e pesquisa e outros ministérios, tem implantado programas efetivos para ampliar a capacitação. “A gente atua na formação para software, hardware, circuitos integrados e também telecomunicações”, detalha.
O programa Hackers do Bem foi lançado em maio de 2023 para atender a demanda de profissionais para as áreas de cibersegurança e privacidade. A iniciativa é executada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e o Senai. O programa capacita estudantes do Ensino Técnico, Médio e Superior, além de profissionais da área de tecnologia que buscam especialização e aqueles que buscam migrar de área.
A nova fase do programa Residência em TIC também promove a formação de recursos humanos para atuação na área. O programa é realizado em 33 institutos de pesquisa e universidades de todo o Brasil e tem parceria com mais de 200 empresas do setor de TICs. A nova etapa tem foco na capacitação de especialistas em desenvolvimento de hardware.