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MCTI busca expandir e fortalecer o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SIBBR)
Arara canindé ( Ara ararauna ). Foto de Mateo Russo
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) vai fortalecer e expandir o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr), plataforma on line coordenada pelo MCTI que integra dados e informações de diferentes fontes sobre biodiversidade nacional e os ecossistemas. À frente da secretaria de Políticas e Programas Estratégicos (SEPPE) do MCTI, a cientista Márcia Barbosa impulsiona um conjunto de ações que buscam não apenas tornar a plataforma mais completa, como também ir além, e constituir uma ampla “biblioteca da diversidade”.
Entre as ações que beneficiam o SiBBr, está uma iniciativa que dará maior visibilidade para a biodiversidade nos territórios de povos indígenas e comunidades tradicionais dentro da plataforma. “Os conhecimentos tradicionais, assim como a biodiversidade, estão se esvairando. Precisamos lutar para mantê-los e registrá-los”, explicou a secretária Márcia Barbosa. “A partir dos saberes tradicionais, a gente é capaz de desenvolver novas formas de produção de conhecimento, o que é fundamental no momento em que o mundo vai ter que transicionar da produção a base de petróleo para produção a base de biologia”, completou.
Diante desse cenário, o MCTI captou, em setembro de 2023, US$ 7 milhões, em torno de R$ 30 milhões, do Fundo Global do Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) para desenvolver o projeto voltado ao fortalecimento da capacidade dos povos indígenas e comunidades tradicionais na gestão da biodiversidade, concentrado nos biomas Amazonas e Cerrado.
A expectativa é conseguir gerar e sistematizar dados e informações sobre biodiversidade como estratégia efetiva para proteger os territórios e salvaguardar os conhecimentos tradicionais. O programa é desenvolvido em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA) e deve se estender até 2027.
Além de garantir recursos, o projeto dará protagonismo aos povos indígenas e comunidades tradicionais. ““A gente traz a tecnologia, mas são os povos indígenas e as comunidades que abraçam o projeto”, explicou Barbosa. “Quando uma empresa usa a biodiversidade, se ela não está catalogada, a fonte é desconhecida. Se estiver catalogada, a empresa tem que pagar royalties aos povos indígenas, por exemplo”, comentou.
Informatização
Além disso, a SEPPE une esforços para garantir informatização de coleções existentes que carecem dessa tecnologia e que se juntariam à plataforma SIBBR. “Queremos incentivar quem já mantém coleções a informatizá-las”, explicou a secretária. “A informação do onde e do que temos parece trivial, mas é importante para pesquisas sobre qualidades medicinais e alimentares, por exemplo, e também para estudar o potencial desses recursos”, acrescentou.
Amazônia Monitorada
Outra iniciativa que se soma à biblioteca da diversidade é o projeto Providence, executado pelo Instituto Mamirauá, vinculada ao MCTI, que utiliza tecnologia de ponta para detectar, identificar espécies e monitorar a fauna na Amazônia.
A tecnologia utiliza as imagens e os sons produzidos pelos animais na mata para identificar automaticamente as espécies. Em seguida, essas informações são transmitidas em tempo real para os pesquisadores.