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MCTI fará orientação científica das ações de adaptação do Plano Clima
Foto: Washington Costa / MMA
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) fará a orientação técnico-científica da estratégia do Plano Clima – Adaptação. A reunião de estruturação do grupo técnico de trabalho foi realizada nesta quarta-feira (01), em Brasília, e contou com a participação de representantes de 19 ministérios.
A instalação oficial do grupo de trabalho está prevista para a próxima quarta-feira (8). Esse é um dos quatro grupos de trabalho que foram aprovados pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM). Os grupos terão duração de 120 dias.
A ministra Luciana Santos reiterou a disponibilidade da ciência brasileira em contribuir com o trabalho. “Tenho dito que a ciência e a tecnologia são fundamentais para combater a mudança do clima”, afirmou.
A ministra do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou que esse é um trabalho que deve ser executado em conjunto, contemplando governo e sociedade. “Todos estão convocados para essa agenda de adaptação”, disse.
Representando a Casa Civil, que exerce a coordenação do CIM e das ações de governo, Karen Cope, reforçou que o Plano Clima será integrado, abordando mitigação e adaptação, e que o momento permitirá uma visão atualizada sobre as políticas brasileiras para a área. “Essa agenda é de alta prioridade e importância”, salientou.
O coordenador-geral de Ciência do Clima do MCTI, Márcio Rojas, enfatizou o papel do MCTI de avançar na fronteira do conhecimento e citou como exemplos dessa tarefa os investimentos em projetos científicos de ponta, como o AmazonFACE, que vai avaliar como a floresta amazônica se comportará no futuro. “Este é um dos projetos científicos mais relevantes da atualidade. Vai simular em uma pequena parcela de floresta a atmosfera prevista para 2050, com concentração de 600ppm de dióxido de carbono”, explicou.
Outro investimento é o Centro de Síntese em Mudanças Ambientais e Climáticas (SIMAClim), que terá papel fundamental para produzir informações baseadas em evidências científicas voltadas aos tomadores de decisão.
A agenda de adaptação à mudança do clima envolve como lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças. De acordo com o especialista em impactos, vulnerabilidade e adaptação do MCTI, Diogo Santos, a adaptação não elimina os impactos, mas pode minimizar. “Tomando o conceito de desenvolvimento resiliente ao clima, a adaptação representa uma oportunidade para enfrentar questões fundamentais para a sustentabilidade e o bem-estar”, explicou. “Qual esforço deve ser feito para se colocar em uma trajetória adaptativa? Temos que ter consciência de onde estamos, para onde vamos e qual a trajetória que queremos”, complementou.
Sobre o Plano Clima
O Plano Clima deverá ter vigência de 12 anos e ser revisto a cada quatro anos. A perspectiva é que a estratégia geral fique pronta até o início de 2024 e os planos setoriais sejam finalizados em 2024. A elaboração do Plano Clima é coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e co-coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Em setembro deste ano, foram realizadas oficinas sobre justiça climática e emergência climática.