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Cemaden monitora cidades onde estão 55% da população brasileira. Meta é ampliar municípios acompanhados
Foto: Cemaden
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) promoveu nesta quarta-feira (1°) um webinário que apresentou as principais formas de atuação da entidade no monitoramento e alertas de eventos climáticos e desastres no Brasil. O objetivo do evento foi mostrar os serviços e esclarecer como funcionam os sistemas mantidos pelo Cemaden.
O coordenador-geral de Operações e Modelagem do Cemaden, Marcelo Seluchi, explicou de forma geral a história do Centro, criado em 2011, e como funciona a Sala de Situação, que monitora regiões de risco 24 horas por dia, 7 dias por semana e já emitiu mais de 25 mil alertas em sua história.
“Neste momento, nós monitoramos 1.038 municípios que representam 18,6% das cidades do país e 55% da população. Esses municípios foram escolhidos por terem histórico de desastres, áreas de risco mapeadas e contarem com uma Defesa Civil estruturada capaz de atuar na iminência de um desastre a partir do recebimento de um alerta. Esse número de municípios vai ser ampliado a um número próximo dos 2 mil municípios”, disse.
Giovanni Dolif, meteorologista, abordou os eventos extremos ocasionados pelas chuvas e as ferramentas usadas para medição, como o pluviômetro, radares meteorológicos e sensores de descargas elétricas, que fornecem dados à Sala de Monitoramento do Cemaden. Ele também discorreu sobre os sistemas de previsão do tempo.
“Os sensores medem o que está acontecendo. As metodologias de previsão, os modelos numéricos, são códigos baseados em equações físicas que simulam a evolução do clima. Essa simulação não é feita para todo o espaço. Ela é dividida em pequenos quadros, é uma aproximação. Cabe ao profissional, com seu conhecimento e experiência fazer a leitura”, explicou.
Pedro Camarinha, especialista em geodinâmica, detalhou os alertas de risco geodinâmico, como os deslizamentos de terra causados pelas chuvas, assim como as análises de risco e metodologias usadas pelo Cemaden para avaliar os impactos.
“Dentro da avaliação de impactos, a gente precisa olhar para as populações, quantificar as pessoas em áreas de risco e o nível de vulnerabilidade. Se a gente tiver pessoas idosas, casas simples, há vulnerabilidades maiores e a gente tem formas, com os dados de outras instituições, de fazer essa medição”.
Cláudia Linhares, tecnologista do Cemaden, mencionou os principais riscos hidrológicos e os impactos nas cidades, como enxurradas, alagamentos e inundações. Ela também demonstrou como essas análises de risco são feitas a partir, por exemplo, das bacias hidrográficas presentes nas regiões.
“A enxurrada é um movimento de água com grande energia potencial, em velocidade, geralmente associada a áreas de declive urbano. O alagamento é uma tipologia que ocorre na área urbana associado a uma deficiência no sistema de drenagem urbano, enquanto as inundações são associadas ao meio físico. Você tem um rio e a elevação desse nível de água além do nível médio”.
Já Tiago Bernardes, tecnologista, falou sobre o Reindesc, sistema de registro de ocorrências que reúne a distribuição dos alertas emitidos pelo Cemaden. Os dados servem para avaliar a distribuição dos eventos de risco, para planejar as formas de prevenção e mitigação de riscos e avaliar a efetividade dos sistemas de previsão e monitoramento.
“Esse banco de dados a gente iniciou em 2016 e ele é atualizado permanentemente, todos os dias, para eventos de inundação e deslizamento. A gente também tem trabalhado em uma ferramenta de compartilhamento das informações com o público em geral, mas sobretudo com as defesas civis”.
O webinário também respondeu a perguntas do público que acompanhou a transmissão. A íntegra do evento está disponível no canal do YouTube: