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Brasil e Argentina assinam acordo de cooperação em energia nuclear
Foto: Luara Baggi
Brasil e Argentina assinam nesta sexta-feira (06) um acordo de cooperação em energia nuclear, que permitirá ao Brasil avançar na construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Com isso, o país poderá conquistar a autonomia na produção de radioisótopos, usados na fabricação de radiofármacos para tratamento do câncer e diagnóstico de imagens. Com investimentos de R$ 1 bilhão até 2026, o RMB será o mais importante centro de pesquisa brasileiro para aplicações da tecnologia nuclear em benefício da sociedade.
O acordo será assinado entre as comissões de energia nuclear dos dois países durante agenda oficial da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, na Argentina nesta sexta. A missão inclui visita ao reator argentino RA-10.
A Argentina é parceira estratégica do Brasil no desenvolvimento do RMB, e o Memorando de Entendimento que será assinado pelo presidente da CNEN, Francisco Rondinelli Júnior, prevê a construção de nova planta de produção de radioisótopos, associada ao RMB.
“A Argentina tem competência reconhecida internacionalmente no desenvolvimento de plantas de produção de radioisótopos, e queremos contar com essa experiência na construção do nosso Reator Multipropósito Brasileiro”, afirmou a ministra Luciana Santos.
A cooperação nuclear faz parte da aliança estratégica entre Brasil e Argentina relançada pelo presidente Lula durante viagem ao país vizinho em janeiro.
Agenda
Além de visitar o reator argentino RA-10, localizado no Centro Atômico Ezeiza, a ministra participa da assinatura do Memorando de Entendimento entre a agência argentina I+D+i e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
A iniciativa busca promover o financiamento de projetos de pesquisa e desenvolvimento de interesse comum, o intercâmbio de melhores práticas, e o estabelecimento de atividades conjuntas de incentivo a maior colaboração entre organizações dos dois países em P&D&I.
Na visita, também será assinado o Memorando de Entendimento entre o MCTI e o Ministério da Economia da Argentina que cria a Rede Internacional de Biossegurança de Produtos Derivados da Biotecnologia Moderna. Essa rede conta com a participação dos Ministérios de Agricultura e Pecuária do Paraguai e do Uruguai e tem como objetivo estabelecer procedimentos que reduzam o custo, o tempo e permitam o estabelecimento de procedimentos comuns e harmonização de normas para a avaliação de biossegurança de produtos da biotecnologia moderna, como Organismos Geneticamente Modificados (OGM). No Brasil, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), unidade do MCTI, será responsável por implementar ações relacionadas a esse instrumento de cooperação.
A agenda oficial na Argentina inclui ainda a participação da ministra no encerramento do evento “Construindo Soberania com mais Ciência e Tecnologia”, no Centro Cultural da Ciência (C3), em Buenos Aires.