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42ª Operação Antártica inicia com apoio a 23 projetos brasileiros no âmbito do Programa Antártico Brasileiro
Foto: Felipe Sugimoto
O Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel” e o Navio Polar “Almirante Maximiano” deram início, no último domingo (8), à 42ª Operação Antártica – uma das mais complexas e extensas operações para apoiar a presença e as pesquisas brasileiras no âmbito do Programa Antártico Brasileiro (Proantar). Ao todo, 23 projetos e cerca de 150 pesquisadores estão contemplados nesta edição.
Os navios, que devem voltar ao Brasil somente em abril de 2024, partiram da Base Naval da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Realizadas durante o verão, as pesquisas científicas serão desenvolvidas a bordo dos navios, na Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), em acampamentos isolados e em estações estrangeiras, por meio de cooperação entre os países.
“A Antártica é um laboratório natural, com a menor interferência humana”, afirmou a coordenadora-geral de Ciências para Oceano e Antártica do MCTI, Andréa Cancela da Cruz sobre a importância do desenvolvimento de pesquisas in loco. “Trata-se de um programa de Estado com pesquisas contínuas na região, que ocorre há 42 anos, com características da continuidade – nunca foi interrompido em nenhum governo – e da longevidade ”, explicou.
O MCTI é gestor científico do programa. Além de apoiar pesquisas e atividades realizadas durante a operação, atua para divulgação dos resultados dos projetos e contribui para sensibilizar a sociedade sobre a importância da preservação da Antártica e dos ecossistemas globais.
Conquistas e expectativas
Ao longo dos anos, diversas ações foram desenvolvidas no continente antártico em áreas como clima, geologia, biologia marinha, preservação ambiental e atmosfera. Entre as pesquisas estão, por exemplo, estudos sobre a oceanografia de modelagem; exame da biodiversidade, com potencial bioativo molecular para uso farmacêutico ou agrícola; e a análise da atmosfera e de questões meteorológicas para compreender fenômenos climáticos no Brasil.
“A 42ª Operação Antártica brasileira é uma iniciativa fundamental para o avanço da pesquisa científica, a preservação do ambiente antártico e o cumprimento das responsabilidades do Brasil como signatário do Tratado da Antártica”, explicou o diretor do Departamento de Programas Temáticos da Secretaria de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Leandro Pedron.
Proantar
Haynnee Trad Souza, encarregada da Divisão de Relações Internacionais do PROANTAR salientou que o programa “tem como objetivo a realização de pesquisa científica na Antártica e seus mares circundantes, premissa para que o Brasil mantenha sua condição de membro consultivo do Tratado da Antártica, podendo participar plena e ativamente das decisões sobre o futuro do continente”.
Além disso, adiantou que em 2025 está prevista a incorporação de um novo Navio Polar. “Genuinamente dedicado às lides antárticas, o navio possibilitará ao PROANTAR aumentar as competências da Marinha do Brasil na região austral, ao navegar em águas com formação de gelo mais resistente e ao promover a cooperação entre os demais signatários do Tratado”, contou.