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20ª SNCT: Ciência Cidadã do INMA reúne dados sobre 600 espécies da Mata Atlântica
Foto: Laura Braga/INMA
Dados de 600 espécies da Mata Atlântica, algumas ameaçadas, foram gerados pelo Programa de Ciência Cidadã do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) entre 2019, quando começou, e maio de 2023. Neste período, 2.320 colaboradores produziram informações sobre invertebrados aquáticos, borboletas, anfíbios, répteis, aves e mamíferos distribuídos em 67 municípios do Espírito Santo. Localizado no município de Santa Tereza, a 80 quilômetros da capital Vitória, o INMA é uma unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
“A intenção desse programa é justamente aproximar as pessoas e promover o engajamento do público a fazer ciência”, explicou a supervisora Natália Ghilardi-Lopes, que é professora da Universidade Federal do ABC. “Nós sabemos que existe um distanciamento de diversos setores da sociedade em relação à ciência e ao que os cientistas fazem, e uma das missões do INMA é divulgar o conhecimento científico e também promover processos de parcerias entre o público e os cientistas”, acrescentou.
Atualmente, os projetos são do tipo contributivos, nos quais os cientistas cidadãos colaboram apenas com a coleta de dados. Podem participar pessoas interessadas em fazer ciência, visitantes, escolas, estudantes e professores, e os próprios funcionários do INMA que não estão vinculados às ações de popularização da ciência.
Dentro do Ciência Cidadã existem sete subprojetos, cada um com uma peculiaridade. O “Cantoria de quintal” monitora e realiza o inventário de anfíbios por meio de registros sonoros. “Os cientistas cidadãos gravam o som dos ambientes aquáticos, e a partir da cantoria dos anfíbios registrada é possível saber quais são as espécies presentes nessas gravações”, disse Natália.
Já o “Borboletas Capixabas” é feito por meio de registros fotográficos. “O projeto identifica as espécies de borboletas presentes no estado do Espírito Santo, em especial no município de Santa Teresa, e se existem espécies ameaçadas de extinção”, contou.
O projeto “Eu conheço os répteis daqui!” estimula os voluntários a desvendar quais são e onde estão as espécies de repteis do Espírito Santo. Já o projeto “A água desse rio é boa? Quem vive nele te conta!” avalia a qualidade ecológica dos ecossistemas aquáticos urbanos e rurais na bacia do rio Santa Maria do Doce, na região serrana do estado.
No projeto ‘Bromélias’, cientistas cidadãos devem fazer o levantamento da diversidade dos anfíbios que habitam as bromélias da Mata Atlântica, enquanto o monitoramento de aves anilhadas é realizado na ação “Eu vi uma ave usando pulseira”.
Em outro projeto, cidadãos fazem registros de macacos encontrados nas matas e enviam os vídeos por rede social para os coordenadores do INMA, que analisam a distribuição dos animais no estado. É o projeto “Eu vi um macaco no mato”.
“Cada projeto tem a sua plataforma. Basicamente, os cientistas cidadãos aprendem a registrar esses diferentes grupos de organismos e fazer bons registros para enviar as informações de localidades, espécies, condições do habitat, para os coordenadores do INMA”, concluiu a pesquisadora Natália Ghilardi-Lopes.