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Por que Israel tem um dos maiores ecossistemas de inovação do mundo e o que o Brasil pode aprender com isso?
Foto: Rodrigo Cabral (ASCOM/MCTI)
Como Israel conseguiu desenvolver um dos maiores ecossistemas de inovação do mundo e se tornar referência global quando o assunto é tecnologia? A escritora, executiva e investidora Inbal Arieli, uma das 100 pessoas mais influentes na alta tecnologia israelense, compartilhou, nesta quarta-feira (20), no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), dados e experiências que levaram o país a esse patamar.
“Israel é um país pequeno, tem um mercado pequeno e, diferentemente de outras regiões líderes em inovação, atua em vários segmentos. Não tem uma expertise específica”, afirmou Inbal Arieli. “Como é possível criar um ambiente em nosso ecossistema em que é possível inovar em quase tudo? O sucesso está em ser dinâmico, flexível e saber se adaptar. Isso é crítico”, completou.
A autora explicou que dois fatores – inovação e empreendedorismo – atuam como forças multiplicadoras. Além disso, o país, que tem a maior densidade de startups do mundo (em média, uma para cada 1,4 mil habitantes), confia no conhecimento e nas habilidades dos empreendedores para inovar diante dos desafios que se apresentam a eles. “Isso é algo específico de Israel, mas que poderia ser feito em outros países”, disse.
Além da cultura de empreendedorismo, outros aspectos justificam o bem-sucedido ecossistema. Entre eles, o investimento de cerca de 5% do seu PIB (Produto Interno Bruto) em pesquisa e desenvolvimento; a presença de grandes multinacionais, onde jovens adquirem experiência, e a maior atração de capital de risco que qualquer outro país. Em 2022, foram mais de U$ 15 bilhões. “85% do financiamento vem de fora. Israel não tem como financiar tudo e, além disso, a relação com outros países é importante. As startups estão abertas para o mundo”, comentou Arieli.
Mulheres na TI
Ao longo do encontro, a autora reforçou ainda que o governo israelense trabalha para atrair grupos sub-representados no setor, como as mulheres. “É importante enfatizar na mídia as histórias bem-sucedidas de mulheres na tecnologia que podem inspirar outras e também falar sobre os fracassos, porque aprendemos com eles e mostramos que fazem parte da trajetória de sucesso”, avaliou.
Sobre esse aspecto, o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Guila Calheiros, lembrou do programa Mulheres Inovadoras, que busca promover a representatividade feminina no cenário empreendedor nacional, por meio de mentorias individuais e prêmio às startups lideradas por mulheres. “Estamos na quarta edição e, desta vez, vamos duplicar o número de startups premiadas”, anunciou.
O secretário mencionou ainda outras iniciativas implementadas pela Pasta que buscam fomentar empreendedores inovadores e a cultura empreendedora no Brasil, como os programas “Conecta Startup” e “Centelha”.
“É impressionante o dinamismo do ecossistema de inovação israelense e é útil conhecer a experiência de países amigos para melhorar o ecossistema brasileiro”, disse Calheiros.