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Programa vai garantir mobilidade de estudantes e pesquisadores da América Latina
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Associação de Universidades Grupo de Montevidéu (AUGM) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) vão implementar o Programa de Mobilidade de Pesquisadores e Estudantes de Pós-graduação da América Latina. O protocolo de intenções foi assinado, nesta quinta-feira (13), durante visita do ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica à ministra Luciana Santos, acompanhado de uma delegação de representantes do Grupo Montevidéu.
Na cerimônia, José Mujica lembrou as lutas históricas pela integração da América Latina e defendeu a adoção de políticas e ações conjuntas entre os países que ajudem a transformar a vida e reduzir as desigualdades sociais. “Somos brasileiros aqui, somos argentinos lá, mas somos desta América. Temos de pensar por todos e para todos. Temos de transformar nosso sentimento de pátria em um sentimento de continente”, afirmou.
O ex-presidente do Uruguai lembrou a importância de aproximar as aplicações da ciência às necessidades da população e em defesa da vida e do planeta. “Os intelectuais pensam. O povo sente. Mas se não temos o sentimento do povo, fracassaremos. Porque, ao final, o povo é a força. Não podemos separar a ciência e a inteligência do clamor das massas”, apontou Mujica.
A ministra Luciana Santos reforçou que o Brasil, com o governo do presidente Lula, vive um momento de reconstrução nacional e de reinserção no mundo. “Vamos garantir uma agenda forte de integração e cooperação regional”, garantiu.
A ministra lembrou que o MCTI tem implementado uma agenda intensa para dar a dimensão que a ciência, tecnologia e inovação tem na vida das nações e das pessoas. “O investimento em dominío tecnológico é a forma de garantir soberania e autonomia para responder aos desafios do planeta e do Brasil”, disse Luciana Santos.
Mobilidade
O objetivo do Programa de Mobilidade de Pesquisadores e Estudantes de Pós-graduação da América Latina é fortalecer os processos de integração dos países latino-americanos, incrementar o intercâmbio científico e tecnológico e o desenvolvimento na região.
De acordo com o protocolo de intenções, os participantes deverão estabelecer critérios e regras para participação no programa, além de acompanhamento regular, com avaliação de impacto e eventuais ajustes. O programa também poderá contar com outras instituições brasileiras e latino-americanas que compartilhem o entendimento de que a ciência e tecnologia são os motores para o desenvolvimento econômico e social dos países da região.
O presidente da Associação de Universidades do Grupo Montevidéu, Osvaldo Corrales, afirmou que a colaboração vai possibilitar que os países enfrentem os desafios da sociedade e reduzam as assimetrias na produção de conhecimento. “ O conhecimento é o ativo mais importante que os países têm hoje em dia. E as instituições têm um papel nesse plano conjunto com os governos.”
Segundo Osvaldo Corrales, a América Latina tem baixas taxas de mobilidade entre as instituições dos países. “ É necessário fomentar a colaboração e integração entre estudantes, acadêmicos e pesquisadores. Temos capacidades instaladas que são complementares”, reforçou.
A AUGM é uma rede de universidades públicas e autônomas de seis países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. Criada em 1991, a
AUGM tem como objetivos o fortalecimento e a consolidação de recursos humanos, a pesquisa científica e tecnológica, a formação contínua e a interação de seus membros com a sociedade. As instituições participantes compartilham suas vocações, seu caráter público, suas semelhanças nas estruturas académicas e na equivalência dos níveis dos seus serviços.
A cerimônia de assinatura do protocolo de intenções contou com a participação de diversas autoridades, como o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, além de representantes de instituições de ensino do Brasil e de outros países.