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Confiança do brasileiro na ciência é tema de Painel na 75ª SBPC
Rodrigo Cabral (ASCOM/MCTI)
O Brasileiro confia na ciência? Para responder essa questão, um painel da 75ª SBPC reuniu as pesquisadoras Luisa Massarani e Vanessa Oliveira Fagundes, do INCT Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (CPCT). Elas coordenaram trabalhos que investigaram a interação dos brasileiros com informações científicas durante a pandemia e o nível de confiança na ciência e nos pesquisadores.
No estudo sobre a instrumentalização do WhatsApp em informações sobre a vacina, Luisa Massarani pesquisou o compartilhamento de artigos científicos em grupos do aplicativo em 2022. A pesquisa demonstrou que a distorção do conteúdo acontecia quando os usuários davam novos sentidos às conclusões do artigo.
A pesquisadora concluiu que a dinâmica de compartilhamento no aplicativo aponta para uma interação mais complexa do que unicamente a atuação de um movimento anticiência organizado.
“O que a gente tem percebido é que a desinformação ocorre de maneira muito mais complexa que a gente esperava. Os dados sinalizam que que os participantes do grupo não são anticiência, mas interpretam as informações da maneira que desejam. É fundamental entender essas dinâmicas para enfrentar a desinformação”, disse.
Já o trabalho “Confiança na ciência no Brasil em tempos de pandemia”, de Vanessa Oliveira, mediu o quanto os brasileiros acreditam na ciência e nos cientistas em 2022. Outras questões do estudo buscaram as opiniões em relação a vacinas e mudanças climáticas.
Os resultados demonstraram que a maioria dos brasileiros confia na ciência e possui opiniões favoráveis à vacinação e aos imunizantes. Os cientistas também contam com uma percepção positiva pela população. Foram 68,9% dos pesquisados que declararam confiar ou confiar muito na ciência e 86,7% de respostas positivas à importância da vacinação. Confira outros resultados da pesquisa no link.
“Pelos dados, os brasileiros confiam na ciência. A ciência é vista como benéfica para a população. Mas essa confiança não é ingênua e é multidimensional. Há vários fatores que vão além de informação. Para nós, como pesquisadores, comunicadores, é fundamental saber construir essas pontes e conseguir atingir essa diversidade que a gente tem no Brasil”, afirma Vanessa.
O próximo passo da linha de pesquisa é a publicação de um livro e a realização de novos estudos qualitativos para aprofundar as conclusões.