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Pesquisadores do Observatório Nacional vão analisar formação das rochas das bacias de petróleo de Campos e Santos
Arquivo pessoal
O Observatório Nacional (ON), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e a Petrobras firmaram um acordo de cooperação para o desenvolvimento de projeto de pesquisa e desenvolvimento nas Bacias de Campos (RJ) e de Santos (SP). No valor de R$ 6 milhões, o projeto vai identificar outros acúmulos hidrocarbonetos, otimizando a produção de petróleo e gás.
Os estudos serão desenvolvidos sobre dados e amostras de rochas obtidas pela Petrobras e permitirão o desenvolvimento de algoritmos capazes de auxiliar nas investigações cronoestratigráficas, ou seja, o estudo da divisão e ordenação dos estratos rochosos com base na idade e na escala de tempo geológico.
“É uma ferramenta fundamental para entender a história da Terra e a sua evolução ao longo do passado geológico”, afirmou o pesquisador Daniel Franco, que lidera o Laboratório de Paleomagnetismo e Mineralogia Magnética do ON. “Por meio da análise dos ciclos registrados nas camadas de rochas e sedimentos, a cicloestratigrafia nos permite reconstruir o clima e as condições ambientais do passado, fornecendo uma visão abrangente dos padrões de longo prazo que afetaram o nosso planeta”, detalhou.
Segundo o pesquisador do ON, o acordo com a Petrobras envolve duas etapas. “A primeira é prover soluções computacionais para a detecção de registros de ciclicidades nas bacias sedimentares, ocorridas em escalas de tempo da ordem de dezenas a centenas de milhares de anos, resultantes de variações climáticas produzidas pelos ciclos orbitais da Terra. A segunda etapa visa registrar reversões de polaridade do campo magnético da Terra em rochas destas bacias, o que auxilia na datação desses fenômenos”, explicou.
Daniel Franco acrescentou que a pesquisa poderá prover resultados inéditos para a datação e a melhor compreensão sobre a duração dos eventos geológicos que contribuem para a formação das bacias sedimentares. “A pesquisa é importante, pois vai gerar um conhecimento refinado da identificação das idades nas bacias exploratórias auxiliando na identificação de outros acúmulos de hidrocarbonetos dentro da própria bacia, e assim otimizar os recursos empregados na prospecção de petróleo e gás.”