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Com iniciativas de sistemas sustentáveis de produção de alimentos, energia renovável e preservação de nascentes, CITInova constrói legado no Distrito Federal
Sistemas agroflorestais implementados em comunidades rurais do DF - Divulgação/CITInova
Um dos principais focos das ações do CITInova no Distrito Federal foi o de garantir a segurança hídrica. A opção é decorrente da crise que atingiu a região em 2016. Regiões de nascentes foram reflorestadas com o plantio de cerca de 70 mil mudas de espécies nativas do Cerrado nas bacias do Descoberto e do Paranoá.
Em outra frente, houve o incentivo à implementação do sistema de produção agroflorestal, que contempla o cultivo integrado à espécies nativas. Além de estar integrado à preservação das bacias hidrográficas que abastecem a capital, adota soluções inteligentes para aproveitamento do solo. Foram testados maquinários para viabilizar o ganho de escala na produção agroecológica. Uma inovação foi a adaptação no uso dos equipamentos para que mulheres pudessem empregá-los nas suas propriedades.
Para escoar a produção, os produtores foram capacitados para a formação de CSAs (sigla em inglês), conceito de agricultura suportada por consumidores. A CSA é um modelo de um trabalho que une produtores de alimentos orgânicos e consumidores, chamados de co-agricultores, por meio de uma cota fixa mensal. Além de apoiar a agricultura familiar, os co-agricultores são abastecidos regularmente com produtos sazonais. A iniciativa cria conexão entre produtores locais e consumidores na cidade em prol de alimentos mais saudáveis.
Foram 37 famílias atendidas por meio do sistema agroflorestal mecanizado. As propriedades ocupam 20 hectares, e cerca de 120 produtores foram treinados. Foram criadas quatro CSAs. O projeto piloto, em conjunto com guias orientadores, será utilizado para difundir o modelo.
Primeira usina pública de geração de energia fotovoltaica no Brasil vai abastecer 56 instituições do DF, incluindo escolas
O CITInova investiu R$ 4,5 milhões no projeto que é considerado uma usina modelo, por ser a primeira usina pública a gerar energia fotovoltaica no país. A planta central da usina será no Parque Ecológico de Águas Claras, enquanto infraestruturas de menor porte serão instaladas nos parques ecológicos Ezechias Heringer, no Guará; Dom Bosco, no Lago Sul; e do Cortado, em Taguatinga, que abriga o Hospital Veterinário de Brasília. O Jardim Zoológico e o Jardim Botânico de Brasília receberão duas unidades de recarga para veículos elétricos.
O potencial de geração de energia estimado é de 816,6 KWp e será injetado no sistema de distribuição e compensado de acordo com as regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A expectativa é atender 56 instituições, o que inclui todos os parques de Brasília, a sede do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), da Sema-DF e distribuir energia para dez escolas públicas, gerando economia de R$ 1milhão ao ano ao poder público.
Sistema Distrital de Informações Ambientais (SISDIA)
O projeto financiou o desenvolvimento do sistema adotado pelo Governo do Distrito Federal. Trata-se de uma ferramenta web e gratuita com dados espaciais para a gestão ambiental integrada. O sistema reúne informações de 24 instituições governamentais e tem sido utilizado, por exemplo, para subsidiar a elaboração de laudos periciais sobre revisões de leis de uso do solo e estudos de zoneamento.
O sistema facilita a visualização das mudanças de uso da terra em tempo real, apoiando a atuação da Secretaria Estadual de Proteção à Ordem Urbanística (DF Legal) e é fundamental no planejamento sustentável da cidade, com vistas à redução de emissões, resiliência climática e à conservação da biodiversidade urbana.
A ferramenta permite que a Secretaria de Meio Ambiente identifique áreas prioritárias para ações de proteção e recuperação dos corpos hídricos a exemplo das ações desenvolvidas nas Bacias do Descoberto e do Paranoá pelo próprio projeto CITinova. O SISDIA apoia, ainda, a priorização do investimento por parte do governo local em diversas áreas como transporte, água, drenagem e expansão urbana, cumprindo o seu papel de integrar o planejamento urbano.
Lançado em 2021, a ferramenta de georreferenciamento consolidou dados ambientais e facilitou o acesso para a população. Em média, 45,5 mil acessam a ferramenta por mês. O sistema como um todo também tem sido consultado por cidades brasileiras e de pelo menos outros 50 países.
Conheça a importância da agenda de Cidades Sustentáveis
Sobre o Projeto CITinova
Planejamento Integrado e Tecnologias para Cidades Sustentáveis: É um projeto multilateral, financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility, GEF, na sigla em inglês) e implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) é responsável por sua execução, em parceria com: a Secretaria do Meio Ambiente do Governo do Distrito Federal (SEMA/GDF) e Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), em Brasília; a Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES) e o Núcleo de Gestão Porto Digital (NGPD), no Recife; o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e Programa Cidades Sustentáveis (PCS) para as plataformas nacionais do conhecimento. O projeto é organizado em três componentes: Planejamento integrado urbano; Investimento em tecnologias inovadoras; e Plataforma para cidades sustentáveis. O projeto mobilizou valor global de cerca de R$ 113 milhões (U$$ 22,6 milhões) dos fundos do GEF para as iniciativas em Recife e Brasília, e o desenvolvimento de plataformas nacionais.
Visite o site do projeto: https://citinova.mcti.gov.br/