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Com El Niño, inverno será mais quente, aponta Inpe
Foto: Rodrigo Cabral
Nesta quarta-feira (21), às 11h57, no horário de Brasília, o solstício de inverno marcará o início da estação mais fria do ano. A astronomia ensina que a mudança na direção dos raios reduz a incidência do Sol. “O caminho que o Sol faz no céu é mais baixo e, com isso, uma temperatura mais fria, porque os raios solares não estão incidindo diretamente no nosso hemisfério”, explicou a astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional.
“A gente nota a aproximação do inverno justamente porque antes do dia do solstício as temperaturas vão diminuindo por conta da inclinação dos raios solares. As poucos os dias vão ficando menores e as noites maiores. O Sol está nascendo mais tarde e se pondo mais cedo”, acrescentou.
Cada época do ano tem uma constelação específica. Quem observar o céu no verão, vai notar a constelação chamada Orion. “Esta constelação é conhecidíssima, porque tem as Três Marias, e a gente chama de constelação de verão”, contou Josina.
No inverno, porém, o céu é marcado pela Constelação de Escorpião. “Ela nasce quando o Sol se põe e passa a noite inteira no céu. Também é uma constelação com uma grande extensão no céu e muitas estrelas visíveis a olho nu, mesmo nas cidades com alta poluição luminosa”, ressaltou a astrônoma do ON.
Quente e seco
Mas o inverno brasileiro será mais quente em 2023, informa o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As temperaturas devem subir por causa da formação do fenômeno El Ninõ. “A principal consequência para o nosso inverno é a temperatura ficar, em média, um pouco acima do normal, principalmente na região central do Brasil”, disse o meteorologista Gilvan de Oliveira, do Inpe. O El Niño ocorre quando as temperaturas da superfície do Oceano Pacífico ficam acima do normal.
O pesquisador alerta que o aumento das temperaturas no período seco como consequência do El Niño eleva o risco de queimadas. “Temos que ficar atentos com o tempo seco e temperaturas um pouco mais altas e o risco maior em relação ao aumento de queimadas nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, principalmente no Cerrado brasileiro”, disse.
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