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Estação Espacial Internacional pode receber primeiro cientista brasileiro
Foto: Ricardo Stuckert
Autor de um estudo pioneiro com minicérebros, o pesquisador Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, pode ser o primeiro cientista brasileiro a desenvolver um experimento na Estação Espacial Internacional. A missão está prevista para ocorrer em novembro de 2024. Em audiência com o presidente Lula e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, nesta terça-feira (27), no Palácio do Planalto, ele apresentou o projeto que pode elevar o patamar da neurociência.
Os minicérebros são organoides criados em laboratórios por meio de células-troncos para pesquisas. O objetivo é levá-los para o espaço para uma série de análises e testes para o desenvolvimento de fármacos e novos tratamentos neurológicos que ofereçam novas perspectivas para o tratamento de transtornos como a demência e o Alzheimer.
Em 2019, em parceria com a Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) e a Universidade da Califórnia, Muotri enviou os minicérebros para uma estação espacial e observou que as células neuronais envelhecem com mais velocidade no espaço. “Em um mês no espaço, os minicérebros envelheceram o equivalente a dez anos”, explicou.
Para a realização do experimento, Alysson Muotri enfatizou a importância de estabelecer uma parceria com o país. “No laboratório, recebo alunos de todo o Brasil, e agora firmamos uma parceria com a Universidade do Amazonas. Isso é um grande passo para testarmos fármacos da biodiversidade local”, comentou. “Este projeto pode ser uma situação em todos saiam ganhando com a visibilidade e com os resultados”, disse o cientista.
“A velocidade das mudanças tecnológicas é muito grande, e precisamos inserir o país nas cadeias mais dinâmicas”, avaliou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. “Este é um assunto estratégico para enfrentarmos uma das áreas mais desafiadoras, que é a neurociência”, acrescentou.