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“Queremos construir uma agenda conjunta de longo prazo com a França”, avalia secretária Marcia Barbosa
A avaliação da secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (SEPPE/MCTI), Marcia Barbosa, sobre a série de reuniões com instituições francesas na última semana, é de que há muitas oportunidades para desenvolver um programa bilateral que reforce a cooperação científica e tecnológica entre Brasil e França.
“O Brasil voltou para protagonizar. O que quer dizer isso? Em todas as agências francesas em que estivemos, no Ministério da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, na OCDE, na Unesco, não fomos lá para pedir ajuda. Nossa mensagem foi de que podemos contribuir em uma construção conjunta. Nossas políticas e nossos programas estratégicos são os mesmos e estão dentro do modus operandis dessas agências’, avaliou Marcia nesta segunda-feira (19).
Segundo ela, as agendas de computação quântica, pandemias, gripe aviária, acesso aberto e diversidade são similares às francesas. “Todo esse ‘combo’ de preocupações são os mesmos que são encontrados nessas instituições”, resumiu. “Na agência de saúde, por exemplo, eles estão com o mesmo problema sobre insumos farmacêuticos. O que eles querem fazer são parcerias e programas bilaterais para debater esses assuntos”, complementou.
As reuniões bilaterais em Paris envolveram o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), a agência francesa de pesquisa para doenças infecciosas e epidemias (ANRS), e a direção-geral de Pesquisa e Inovação do Ministério de Ensino Superior e Pesquisa da França. A secretária Marcia participou de reuniões com a Divisão de Política de Ciência e Tecnologia (STP) e do Comitê para Política Científica e Tecnológica (CSTP) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e com a direção-geral para as Ciências Sociais e Humanas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A pauta das reuniões contemplou áreas como mulheres na ciência, saúde, ciência aberta, oceanos, clima, desastres naturais, Amazônia, inovação, inteligência artificial e cooperação espacial.
A programação também incluiu visita à VivaTech, uma das maiores feiras de inovação da Europa, que contou com a participação de oito startups brasileiras, e da promoção de networking e apresentação de projetos brasileiros na Embaixada do Brasil na França.
De acordo com a secretária do MCTI, as reuniões sinalizaram que há necessidade de reforçar a cooperação bilateral a partir de grandes projetos ou de um grande projeto, como uma espécie de ‘guarda-chuva’, que possa abarcar diversas iniciativas e coordenar as atividades entre as instituições francesas e brasileiras em diversos temas. “Vamos conversar com o Ministério das Relações Exteriores para construírmos uma agenda de longo prazo [com os franceses], que contemple editais e comitês de acompanhamento”, afirmou. Uma das iniciativas é o lançamento de editais bilaterais no próximo ano.
Ela também afirmou que a pasta ministerial deve ter participação mais ativa em iniciativas da Unesco, como em um grupo de trabalho que aborda governança sob a perspectiva da diversidade, e que haverá articulação interministerial, como com a Capes, para participação em programas nas áreas de ciência e tecnologia.