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MCTI lança plano para pesquisa na Antártica com edital de R$ 30 milhões
Luara Baggi (Ascom/MCTI)
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação lançou, nesta segunda-feira (22), o Plano Decenal para a Ciência Antártica do Brasil (2023-2032), que estabelece as diretrizes para a pesquisa brasileira no continente antártico na próxima década. No evento, o MCTI anunciou edital no valor de R$ 30 milhões para financiar o próximo ciclo de pesquisa na Antártica.
“Esse investimento é o maior já registrado em uma única e exclusiva chamada pública para a ciência antártica em 40 anos de pesquisas brasileiras na região polar”, disse a ministra Luciana Santos. “Isso mostra o comprometimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com as atividades de pesquisa desenvolvidas no âmbito do Programa Antártico Brasileiro – o mais longevo programa de pesquisa do País, que permite ao Brasil estar inserido no grupo de apenas 29 nações, que são membros consultivos do Tratado da Antártica. A ciência é prerrogativa para o Brasil participar deste seleto grupo que define o futuro do continente antártico”, acrescentou.
A chamada pública vai permitir a utilização dos 17 laboratórios da Estação Antártica Comandante Ferraz e assegurar atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação na Antártica pelos próximos quatro anos. Uma das novidades do edital é que uma parte dos projetos será destinada a grupos emergentes, permitindo a renovação e a ampliação de pesquisadores na área. Outra é a ampliação e potencialização da divulgação científica, com o objetivo de engajar a sociedade na conservação ambiental e importância da região antártica para o planeta.
O Plano
O Plano Decenal para a Ciência Antártica foi elaborado pelo MCTI por meio do Comitê Nacional de Pesquisas Antárticas (Conapa) com ampla participação da comunidade científica para estabelecer os objetivos e os resultados esperados da pesquisa brasileira na Antártica.
O contra-almirante Marco Antônio Linhares, da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, destacou a importância do lançamento do plano para a comunidade científica. “Este plano mostra de maneira perene o que queremos em dez anos na nossa ciência antártica. Ele mostra claramente as diretrizes para a pesquisa e quais são os claros da ciência que precisamos preencher e dar uma previsibilidade para onde vamos caminhar.”
O novo plano também ampliou de cinco para sete os programas temáticos de pesquisa. Além de Gelo e Clima, Biodiversidade Antártica, Oceano Austral, Geologia e Geofísica, Alta Atmosfera, foram adicionados os programas de Ciências Humanas e Sociais e Saúde polar.
Houve também a inclusão de um capítulo exclusivo para o Ártico, que abre a possibilidade para o desenvolvimento de pesquisas brasileiras na outra extremidade polar. Pesquisas realizadas nos dois extremos podem propiciar resultados comparativos. Além disso, no ano passado, foram aprovadas resoluções o âmbito do Comitê Interministerial de Recursos do Mar (CIRM) para a associação formal do Brasil ao Comitê Internacional para a Ciência do Ártico (International Arctic Science Committee -IASC), e a adesão ao Tratado de Svalbard e a cooperação com as atividades dos grupos de trabalho do Conselho do Ártico.
O pesquisador Jefferson Simões, vice-presidente do Comitê Científico sobre Pesquisa Antártica (SCAR), reforça a importância do plano para a pesquisa nos dois polos. “Isto é um novo propósito para um plano de ação para a ciência antártica brasileira e mais amplamente para a ciência polar nacional. Nós queremos entender o papel das regiões polares no meio ambiente brasileiro e quais são as consequências para o nosso cotidiano, como afeta a sociedade do ponto de vista socioeconômico e das mudanças climáticas. Com isso, aumentaremos o nosso protagonismo brasileiro dentro do que nós chamamos do sistema antártico”, ressaltou.
A secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Marcia Barbosa, afirmou que plano é um projeto de Governo e mostra que o Brasil está fazendo ciência de qualidade. “Agora, temos um plano de dez anos para um projeto que já dura décadas. Isso significa continuidade e parcerias. Agora, vamos ousar e também fazer ciência no Polo Norte”, disse. “É o Brasil no Sul, é o Brasil no Norte fazendo ciência e concretizando conhecimento”, ressaltou.
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