Notícias
Governo debate política de incentivo à produção de máquinas para agricultura familiar
Foto: Rodrigo Cabral
Engajar diferentes setores em uma estratégia nacional para impulsionar a produção, o desenvolvimento e o financiamento de maquinário, tecnologias e implementos agrícolas para a agricultura familiar. Este foi o objetivo do encontro promovido pelo governo federal, nesta quarta-feira (10), com representantes de movimentos sociais, da academia, da indústria, de empresas públicas e instituições financeiras.
Conduzido pelos ministros do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa, o evento marcou o início da reformulação do programa Mais Alimentos, que tem o objetivo de aumentar a produção de alimentos, estimular a indústria nacional, diminuir a penosidade do trabalho no campo e facilitar o acesso às máquinas e implementos para a agricultura familiar, especialmente para as mulheres e jovens rurais.
Em sua fala, a ministra do MCTI, Luciana Santos, ressaltou a importância de unir os diversos atores dos setores público e privado e da sociedade em torno da temática e, ainda, afirmou que a política não será de um ou outro ministério, mas, sim, um grande esforço de governo.
“Temos todas as condições de retomar o crescimento, gerar emprego e renda e enfrentar a fome. E não existe nada mais direto do que uma política de apoio à agricultura familiar para o combate às desigualdades e a uma das piores mazelas, que é a fome”, disse a ministra, defendendo o incentivo à produção de máquinas e tecnologias que atendam à demanda das agricultoras e agricultores familiares brasileiros.
De acordo com a ministra, esse reforço à agricultura familiar é importante para promover o desenvolvimento sustentável no campo, impulsionar a economia local e garantir a soberania e a segurança alimentar e nutricional da população, além de valorizar a agricultura familiar como uma atividade essencial para a produção da diversidade de alimentos consumidos pela população.
Para o secretário-executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa, o setor produtivo de máquinas e equipamentos agrícolas possui capacidade instalada suficiente para atender à demanda da agricultura, e o que o governo quer estimular é que ele se volte à agricultura de interesse familiar, que exige a adaptação dessas máquinas e equipamentos.
“São especificidades que o mundo já conhece. É o atendimento à demanda do médio e pequeno produtor, que faz com que a principal ferramenta do homem do campo não sejam só seus braços e sua força física. Precisamos da mecanização, que eleva a produção, aumenta a capacidade e coloca o país em um outro patamar, quando se fala em produção, inovação tecnológica e conhecimento científico”, afirmou, acrescentando que apenas 11% dos estabelecimentos da agricultura familiar possuíam, em 2017, máquinas agrícolas. Os dados são do último Censo Agropecuário, que apontou ainda que mais de 50% dos equipamentos tinham mais de 15 anos de uso.
Segundo o ministro Paulo Teixeira, o objetivo do encontro foi dar início a um novo ciclo de estímulos à produção da indústria nacional e de financiamentos de máquinas voltadas para a agricultura familiar. “Nós queremos colocar na mesa do presidente Lula um programa de financiamento para máquinas agrícolas de pequeno porte, que é a retomada do Programa Mais Alimentos”, disse, acrescentando que o país já tem uma indústria de máquinas potente. “Queremos estimular, criar empregos no Brasil e exportar máquinas para o mundo inteiro”, concluiu.
Um grupo de trabalho será criado para a elaboração de uma proposta de cooperação técnica para viabilizar a retomada da política.