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Em visita à Hemobrás, ministras defendem reduzir dependência externa em hemoderivados
Foto: Diego Galba
Como parte da agenda de fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, as ministras da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e da Saúde, Nísia Trinidade, visitaram, nesta segunda-feira (15), as instalações da fábrica da Hemobrás, em Goiana (PE). Ao final da atividade, a titular do MCTI antecipou que está previsto o lançamento de edital específico da Finep para pesquisa e inovação na cadeia de hemoderivados.
"Há uma necessidade imperativa de o Brasil diminuir a sua dependência com produtos agregados em todo o complexo industrial da saúde, que inclui medicamentos, insumos e equipamentos. Faz parte da nossa estratégia de nos tornarmos cada vez mais autônomos e soberanos”, disse a ministra. “E teremos editais específicos para essa área de hemoderivados, para ressaltar esse esforço”, completou ela, ao destacar o grau de dependência do Brasil na área.
De acordo com a ministra Luciana Santos, o tema dos editais será tratado na próxima quinta-feira (18), durante reunião do Conselho do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). No último dia 11, o presidente Lula sancionou lei que abre crédito suplementar no valor de R$ 4,18 bilhões ao orçamento do FNDCT. A medida recompõe integralmente os recursos do Fundo.
Hoje, a importação de medicamentos para atender aos pacientes com hemofilia e outras doenças relacionadas à coagulação sanguínea, cuja assistência é ofertada 100% pelo SUS, supera R$ 1,5 bilhão por ano. E o pleno funcionamento da Hemobrás é um passo fundamental para o Brasil reduzir essa dependência externa no setor de derivados do sangue e biotecnologia, defendeu a ministra da Saúde.
“Desde o início desta gestão, vejo a Hemobrás como um dos grandes destaques da política do governo Lula, especificamente dentro do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, para garantir autossuficiência em hemoderivados. Desde 2004, essa tem sido uma trajetória de sucesso. Importantes parcerias público-privadas vêm se firmando”, reforçou.
A ministra Nísia Trindade acrescentou a importância da ampliação da formação de recursos humanos altamente qualificados na área. “É isso que torna sustentável um empreendimento desse porte. A formação de quadros é muito relevante para esse trabalho no Brasil”, sustentou, afirmando que trabalhará em parceria com o MCTI, em favor da Hemobrás.
A maior autonomia do Brasil no setor de saúde com o desenvolvimento da indústria nacional reduz a vulnerabilidade do SUS ao mercado externo e assegura o acesso universal à saúde, além da geração de emprego e renda.
Sobre a Hemobrás
A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) está voltada para a produção de hemoderivados a partir da coleta de plasma humana. Desde 2007, a fábrica vem evoluindo na sua estrutura física e tecnológica a partir de uma parceria de desenvolvimento produtivo.
A previsão é que em 2025 a Hemobrás possa operar todas as etapas de produção e, com isso, se tornar a maior fábrica de medicamentos hemoderivados da América Latina. Com investimento de cerca de R$ 1,4 bilhão, o empreendimento terá 17 prédios, distribuídos em 48 mil metros quadrados de área construída, em um terreno de 25 hectares.
Em pleno funcionamento, a Hemobrás terá capacidade de processar até 500 mil litros de plasma ao ano, podendo chegar a até 700 mil litros caso haja demanda. Essa é uma etapa fundamental para a autossuficiência do país.
O recolhimento do plasma excedente nos serviços de hemoterapia em 2022 foi de aproximadamente 100 mil litros, e a previsão para este ano é ultrapassar 150 mil litros. Para 2024, a expectativa é fazer a coleta de mais de 200 mil litros.
Em paralelo à construção da fábrica de hemoderivados, há a implantação de uma fábrica de fator VIII recombinante, medicamento obtido por engenharia genética destinado ao tratamento da hemofilia A no Brasil. O Hemo-8r, como é conhecido, já é fornecido para o SUS pela Hemobrás por meio de uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP).
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