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Secretária do MCTI destaca papel da matemática como instrumento de transformação
Foto: Luara Baggi
Pesquisadores brasileiros e italianos iniciaram nesta segunda-feira (17), em Brasília (DF), uma conferência sobre os desafios da matemática contemporânea. A data integra o calendário da 6a edição do Dia da Jornada Italiana de Pesquisa no mundo. Nos próximos dois dias, eles se concentram em debates na Universidade de Brasília (UnB).
Durante o painel de abertura do evento científico, realizado na Embaixada da Itália, a secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marcia Barbosa, destacou o papel da matemática como idioma universal. “A matemática é um instrumento poderoso de interação internacional, porque é uma linguagem que pode ser entendida por todos e todas”, afirmou.
Ela afirmou ainda que a área deve ser compreendida como um instrumento de transformação e que, por isso, foi inserida explicitamente como uma área estratégica nesta secretaria do MCTI. “A matemática é um instrumento para conseguirmos ampliar nossa indústria de fronteira”, disse.
Barbosa afirmou ainda que a matemática também é importante para as próximas gerações. Hoje, no Brasil, a Olimpíada de Matemática é a maior entre as mais de cem competições de conhecimentos científicos. Na última edição reuniu sozinha cerca de 18 milhões de estudantes e envolveu quase a totalidade das escolas brasileiras. No entanto, apenas 17% das medalhistas de ouro são mulheres. “Por isso, o MCTI anunciou projeto nas escolas que vai incentivar meninas nas áreas de ciência, tecnologia, matemática e engenharia. Queremos mais mulheres e diversidade nesse meio”, enfatizou.
O embaixador da Itália no Brasil, Francesco Azzarello, lembrou a histórica e profunda colaboração na área de matemática entre pesquisadores brasileiros e italianos, que remonta a 1930. Estudo publicado em 2020 mostrou que no período entre 2015 e 2019 a Itália foi o sexto país do mundo em colaborações internacionais – patamar atingido por conta das pesquisas publicadas em parceria com pesquisadores brasileiros. Além disso, o Brasil é o quarto a ter acordos acadêmicos com universidades italianas. A comunidade científica italiana no Brasil é a segunda entre os países europeus, com 10% de matemáticos.
“Tudo isso ajuda muito as relações entre os dois países em todas as áreas, especialmente à economia e à indústria”, afirmou o embaixador em seu discurso, acrescentando que, em 2024, um evento similar deverá ser realizado em solo italiano.
Também participaram da mesa de abertura o diretor do Departamento de Matemática da UnB, Emerson Ferreira; o presidente da União Italiana de Matemática, Piermarco Cannarsa; e o presidente da Sociedade Brasileira de Matemática, Paolo Piccione.
A programação para o primeiro dia de conferência envolveu palestras e painel sobre acordos e cooperação científica entre os dois países.
O evento é organizado em colaboração com a Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), a União Italiana de Matemática (UMI), a Bra.I.N Math (Rede Ítalo-Brasileira de Matemáticos), que reúne mais de 150 pesquisadores.
Veja fotos do evento neste link.|
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