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Pesquisadores do Mamirauá concluem fase de captura com duas onças
Foto: Miguel Monteiro/IDSM
Pesquisadores do Instituto Mamirauá encerraram a fase de capturas das onças-pintadas para monitoramento. Em março, dois animais receberam o colar que emite um sinal para o monitoramento. Desde então, todos os movimentos são acompanhados através do sistema GPS instalado no colar. O segundo felino capturado é uma fêmea.
“A gente ficou muito animado porque, quando apalpamos, sentimos uma coisa diferente, pode ser que ela esteja gestante, mas isso só vamos descobrir durante o monitoramento”, contou o pesquisador Marcos Brito, do Grupo de Ecologia e Conservação de Felinos na Amazônia do Instituto Mamirauá (IDSM). “Esperamos vê-la com um filhote. Porque o comportamento da fêmea é diferente quando está com o filhote”, disse sobre a fêmea capturada.
A primeira onça que os pesquisadores capturaram foi um macho. “Não é a primeira vez que a gente captura duas onças numa campanha, mas já faz um tempo que isso não acontece”, comemorou Brito.
Segundo ele, o monitoramento de onças de sexos opostos amplia as respostas do estudo elaborado pela equipe do pesquisador. “Eu queria ter capturado mais onças porque a gente tem algumas perguntas ecológicas para serem analisadas, por exemplo: como uma onça reage na presença de outra. Como uma onça se aproxima ou se afasta da outra? São reações que queremos estudar”, explicou.
Outro ponto relevante é a diferença da área que os felinos habitam. “Os grandes felinos, os machos, geralmente, têm uma área de vida muito maior do que a da fêmea. A fêmea vai priorizar uma área com diversos recursos para que ela se sinta segura para proteger os filhotes. Já o macho vai procurar uma área maior e com mais fêmeas”, disse Marcos Brito. “Naturalmente, por estar em uma área maior e andar mais, o macho tende a cair mais nas armadilhas.”
Isso explica, de acordo com o pesquisador, o número maior de machos capturados para monitoramento.
Onças pretas e pintadas
Apesar da diferença nas cores, onças pretas e pintadas são da mesma espécie. O que muda entre os felinos é a mutação genética de melanismo. “As onças pretas produzem mais melanina que as pintadas. Existem casos de uma felina com dois filhotes em que eles nascem diferentes: um preto e outro pintado”, explicou o pesquisador do Mamirauá.
Em alguns casos, é possível ver as pintas por meio de fotos com infravermelho. “Quando a gente consegue tirar uma foto de uma onça preta usando o infravermelho conseguimos ver as pintas. No caso da segunda onça capturada, ela é preta, mas tem uma variação na barriga que dá para observar as rosetas mais claras.”
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