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Pesquisadores debatem oportunidades e cooperação em astrofísica na América Latina
Foto: João Martins/CBPF
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio da Secretaria de Políticas e Programas Estratégicos, salientou a importância estratégica de os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) serem empregados em projetos científicos ‘portadores de futuro’.
“Os recursos do FNDCT têm importância estratégica em financiar ciência portadora de futuro. São áreas que não têm aplicação imediata, mas que serão o instrumento de desenvolvimento no futuro”, afirmou a secretária Marcia Barbosa. “Astropartículas que ajudam a compreender como é e por que o universo se acelera é uma dessas áreas”, complementou.
Ela também reforçou a mensagem de que o Brasil deverá se tornar Membro Associado da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN). O acordo assinado em março de 2022 iniciou o processo de ratificação com a apreciação pelo Congresso Nacional. O Brasil tem até março de 2024 para concluir o processo de adesão.
A análise foi feita durante a reunião de alto-nível do Centro Latino-Americano de Física (CLAF), realizada, na quinta-feira (20), no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro (RJ), que debateu oportunidades para a participação e a cooperação latino-americana em física de astropartículas e o projeto Southern Wide-Field Gamma-ray Observatory (SWGO). O projeto de construção de um observatório de raios gama está no terceiro dos cinco anos previstos para pesquisa e desenvolvimento. A reunião semestral reuniu mais de 60 pesquisadores em rodadas de discussões sobre projetos vigentes e os planos para o futuro do grupo.
O CLAF, sediado no Brasil, reúne 20 países latino-americanos e 60 anos de história. O evento buscou promover a cooperação em astropartículas entre os países-membros, apresentando exemplos de sucesso e motivando a criação de políticas voltadas para o tema. Para facilitar o diálogo construtivo, contou no seu programa com convidados formuladores de políticas, diferentes setores do governo, da academia, da indústria, entre outros.
“É um momento de reconstrução. Parte determinante desse processo é fortalecer a cooperação com instituições fortes em todo o mundo, e especificamente na América Latina, a colaboração SWGO é um projeto importante nesse contexto, afirmou o diretor do CBPF, Ulisses Barres de Almeida.
O coordenador-geral de Cooperação Multilateral do MCTI, Carlos Matsumoto, apresentou um panorama das ações de cooperação científica e tecnológica na América Latina em organismos multilaterais, como Mercosul, Centro Latino-Americano de Biotecnologia, Organização do Tratado de Cooperação Amazônica e Agenda Digital para América Latina e Caribe. Ele também mencionou cartas-propostas aprovadas no âmbito do FNDCT para editais nas áreas de astronomia, astrofísica, física, pesquisa espacial que envolvem o CLAF e observatórios e telescópios internacionais.
Com informações do CBPF.