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Pesquisas sobre segurança alimentar contribuem para o combate à fome no país
Foto: Janine Tomberg
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) está desenvolvendo uma plataforma para agregar e articular conhecimentos científicos produzidos sobre segurança alimentar e nutricional por diversos grupos de pesquisa, além de experiências conduzidas por governos e entidades da sociedade civil organizada. O objetivo é subsidiar a tomada de decisões relacionadas às políticas públicas sobre o tema.
“O uso do melhor conhecimento científico e tecnológico permitirá avanços na gestão pública e na orientação dos recursos para a construção de políticas públicas adequadas, bem como também orientará os setores governamentais e acadêmico quanto às lacunas de conhecimento existentes”, explicou o analista em ciência e tecnologia Bruno Nunes, responsável pela implantação da Plataforma MCTI de Gestão do Conhecimento em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (PlaGeSSAN).
Segundo ele, a segurança alimentar e nutricional é um dos temas que o MCTI vem trabalhando para gerar conhecimentos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. “A partir do momento em que há um debate maior sobre o assunto da segurança alimentar e nutricional, aumenta a necessidade de um espaço seguro para o compartilhamento de experiências e, também, para identificar as lacunas do conhecimento”, disse.
“A plataforma servirá como repositório de todas as informações com embasamento e com confiabilidade para que possam ser disseminadas. Isso vai nos permitir gerir um portfólio de boas práticas que poderão ser replicadas em diferentes regiões do Brasil para que a população tenha acesso a alimentos saudáveis e em quantidade suficiente, respeitando a diversidade cultural e os princípios básicos de uma alimentação saudável”, acrescentou.
INCT
Outra iniciativa do MCTI é a criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) – Combate à Fome, aprovado pelo CNPq em dezembro de 2022. Liderado pela Universidade de São Paulo (USP), e composto por pesquisadores de outras 15 universidades. A proposta do INCT que foi aprovada pelo CNPq possui 57 objetivos e 96 metas sobre como, por exemplo, a realização de estudos para a redução dos gargalos no abastecimento e na distribuição e das perdas e desperdícios de alimentos. Anteriormente, um grupo de trabalho formado por profissionais da USP apresentou um relatório sobre as políticas públicas, os desafios e as estratégias para o enfrentamento da insegurança alimentar no país.
“Partindo da constatação de que a fome tem ramificações econômicas, sociais, políticas e mesmo culturais, o relatório ressaltou a necessidade de articulação entre políticas públicas existentes nos diversos níveis da administração pública, o reforço da transparência e da atualização dos dados, bem como da participação da sociedade civil, de forma a melhorar a gestão de recursos humanos e financeiros e a alcançar resultados mais duradouros e robustos”, explicou a coordenadora do INCT, Dirce Maria Lobo Marchioni, do Departamento de Nutrição da FSP-USP.
As duas iniciativas do MCTI poderão contribuir para os trabalhos do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), que foi reestabelecido pelo presidente Lula em cerimônia no Palácio do Planalto em 28 de fevereiro. Na ocasião, foi firmado um pacto entre o governo federal e a sociedade civil pelo enfrentamento da fome e pela promoção do direito à alimentação saudável.