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MCTI vai concentrar esforços no desenvolvimento e produção de Insumos Farmacêuticos Ativos
A secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcia Barbosa, reafirmou o compromisso da pasta com o desenvolvimento e o escalonamento de insumos farmacêuticos ativos (IFAs) para garantir a autossuficiência do Brasil. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (14) durante a 1ª Reunião da Rede Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Insumos Farmacêuticos (Rede Pró-IFA).
“Durante a pandemia, a situação de dependência vivida pelo país foi evidenciada, dentre outros fatores, pela escassez de IFAs para o desenvolvimento e produção em escala de vacinas. Essa dependência coloca a universalidade da assistência à saúde no Brasil à mercê de políticas e preços externos”, disse. “Nesse sentido, a busca pela autossuficiência na área da saúde se torna uma questão de soberania nacional”, completou.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), o Brasil produz apenas 5% do IFA, número que na década de 1980 estava próximo de 50%. A entidade defende que o país produza pelo menos 20% do IFA que consome, o que demanda R$ 1 bilhão de investimentos nos próximos dez anos.
Diante desse cenário, foi criada, em novembro de 2022, a Rede Pró-IFA –uma rede nacional de pesquisa, desenvolvimento e inovação em insumos farmacêuticos. O objetivo é articular as instituições de pesquisas e fortalecer os grupos de pesquisa nacionais e a indústria farmoquímica nacional.
“A rede traduz o esforço do governo federal para fortalecer os grupos de pesquisa nacionais e, indiretamente, a indústria farmoquímica nacional, através da criação de ambiente que proporcione a integração de esforços e o compartilhamento de infraestruturas para o desenvolvimento e escalonamento de IFAs”, explicou a secretária Márcia Barbosa.
Reunião
Ao longo da primeira reunião da Rede, representantes de laboratórios destacaram os gargalos enfrentados. A representante do CTVacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ana Paula Fernandes, explicou o desenvolvimento da SpiNTec MCTI UFMG, vacina contra a Covid-19 produzida por pesquisadores brasileiros. “Encerramos a primeira fase, preparamos estudo clínico para a fase 2 e contamos com recursos do MCTI para a fase 3”, afirmou.
Já o diretor do LNBio, Kleber Franchini, ressaltou que a Rede Pró-IFA é estratégica para o país. “Desde a última década estamos desenvolvendo plataformas para a entrega de IFAs, não apenas no aspecto de moléculas orgânicas e com potencial para serem fármacos, mas também biológicos e na área de terapia gênica.”