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MCTI fomenta associação de laboratórios à Rede Nacional de Métodos Alternativos
Córnea humana reconstruída para teste de irritação ocular (Crédito: divulgação Episkin)
A Rede Nacional de Métodos Alternativos (Renama), instituída e coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), está recebendo novos pedidos de associação de laboratórios. A Rede atua na incorporação de novas tecnologias ou metodologias que possam contribuir para banir a utilização de animais em testes de laboratório.
Para se associar, as instituições interessadas deverão preencher o formulário, disponível neste link e anexar a documentação comprobatória, como cartão de CNPJ. Também é necessário anexar documentos do responsável técnico do laboratório.
A Renama disponibiliza metodologias reconhecidas no âmbito da OCDE e pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), sempre observando os princípios de boas práticas de laboratório. O Concea já reconheceu 41 métodos no Brasil, que podem ser acessados neste link.
A Renama trabalha para que os laboratórios tenham estes métodos reconhecidos internalizados. Após o reconhecimento de um método pelo Conselho, os laboratórios têm cinco anos para fazer a substituição e deixar de usar animais para aquela metodologia específica. Os laboratórios associados, que possuem competência no assunto, têm a função de contribuir para a disseminação e o desenvolvimento dos métodos alternativos e constituir a infraestrutura de ensaio de métodos alternativos do país.
Ao integrar a Rede, os laboratórios têm acesso às metodologias reconhecidas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a cursos de capacitação sobre tecnologias e metodologias alternativas internalizadas pelo Brasil. A Renama permite a existência de uma infraestrutura laboratorial e de recursos humanos especializados capazes de implantar métodos alternativos ao uso de animais e de desenvolver e validar novos métodos no Brasil. Além disso, fortalece a capacidade tecnológica na fronteira do conhecimento.
Atualmente, a Renama reúne três laboratórios centrais e 50 laboratórios associados
O coordenador-geral de Ciência da Saúde, Biotecnológicas e Agrárias do MCTI, Thiago Moraes, explica que, ao aderir à Rede, os laboratórios estão incrementando seus pontos de contato, aumentando sua visibilidade em tecnologias avançadas, acessando novos conhecimentos, por meio da capacitação oferecida, e acessando recursos públicos por meio de editais para internalizar novas tecnologias ou metodologias.
“Participar da Renama pode ser um diferencial para o laboratório à medida que vai contribuir para sua capacitação técnica por meio de treinamentos e intercâmbio de experiências com os demais integrantes. Por consequência, ao final do processo, a Rede tem por objetivo prestar serviços altamente qualificados e, deste modo, contribuir para o aumento da competitividade internacional dos produtos brasileiros”, afirma Moraes. “Ao fortalecer a estrutura laboratorial para realizar ensaios in vitro no Brasil, estamos reduzindo a dependência externa do país por tecnologias e permitindo o fortalecimento da infraestrutura para a realização de ensaios não-clínicos no Brasil, pois, à medida que o Concea reconhece novas metodologias alternativas, a Renama trabalha para que essas metodologias sejam internalizadas e ofertadas nos laboratórios de Rede ”, complementa.
Saiba mais - Criada em 2012, a Renama vai ao encontro do panorama internacional que fomenta e privilegia o princípio dos 3Rs (Replacement, Reduction and Refinement) proposto por Russel e Burch em 1953 e considerado um marco no desenvolvimento de métodos alternativos ao uso de animais. A Redução (Reduction) significa a obtenção de nível equiparável de informação com o uso de menos animais em experimentação; o Refinamento (Refinement) promove o alívio ou a minimização da dor, sofrimento ou estresse do animal utilizado na experimentação e a Substituição (Replacement) significa que o nível equiparável de informação é alcançado sem o uso de animais vertebrados vivos.