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Em Pernambuco, MCTI lança Centro de Síntese em Mudanças Ambientais e Climáticas
Foto: Diego Galba
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou nesta quinta-feira (23), na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Centro de Síntese em Mudanças Ambientais e Climáticas (SIMAClim). O projeto conduzido pela Rede CLIMA, rede de pesquisas vinculada ao MCTI, terá investimento de R$ 10 milhões. Os recursos são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e foram liberados por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao MCTI. A ministra Luciana Santos participou do evento e também conheceu outros projetos capitaneados pela UFPE.
O SIMAClim reunirá pesquisadores sêniores do Brasil e do mundo para trocar informações e realizar uma síntese robusta sobre temas de grande impacto global, relacionados às mudanças ambientais e climáticas. Esses assuntos serão identificados pela comunidade científica, pelo MCTI e pela própria sociedade. A ideia é que os relatórios produzidos pelo SIMAClim possam subsidiar o Estado brasileiro na tomada de decisões e na elaboração de estratégias e políticas públicas.
De acordo com o coordenador da Rede CLIMA e vice-reitor da UFPE, Moacyr Araújo, estima-se que, atualmente, existam cerca de 15 centros de síntese no mundo. “O projeto, por si só, é inovador. E o verdadeiro produto vai ser dedicado a pensar o Brasil”, disse. A iniciativa tem prazo de execução de 48 meses.
Cepenne – Araújo, que também é professor do Departamento de Oceanografia (DOCEAN), pesquisador do Centro de Estudos e Ensaios em Risco e Modelagem Ambiental (CEERMA), apresentou a proposta de criação do Centro de Estudos e Pesquisas Energéticas do Nordeste (Cepenne). A proposta é atuar na pesquisa e desenvolvimento nas áreas de eficiência energética, energia solar, eólica, biomassa, rotas tecnológicas de hidrogênio, energia de ondas, entre outras.
“O Nordeste tem um diferencial, que pode e deve ser aproveitado, que é uma abundância de fontes de energias renováveis. Ou seja, existe uma tendência natural de que o Nordeste possa ser vetor de desenvolvimento para a transição energética brasileira. O projeto do Centro de Estudos e Pesquisas Energéticas do Nordeste vai nessa direção”, explicou Araújo.
A ideia é catalisar iniciativas de grupos, universidades, institutos, órgãos públicos e do setor privado e organizar no sentido de encontrar soluções que são locais, mas podem resolver problemas nacionais.
Polo Tec - Na visita à UFPE, a ministra também conheceu o projeto do Polo Tecnológico e Criativo (Polo Tec). Trata-se do ambiente industrial, tecnológico e criativo da Universidade, caracterizado pela presença dominante de startups de base tecnológica que possuam vínculo operacional com as pesquisas na UFPE, com recursos humanos, laboratórios e equipamentos organizados e com predisposição ao intercâmbio entre o ecossistema de inovação universitário, para consolidação, marketing e comercialização de novas tecnologias.
O Polo Tec foi contemplado em seleção pública da Finep, com quase R$ 10 milhões, e será instalado em três andares do emblemático prédio da Sudene, ao lado da reitoria da Universidade. “É um volume de recursos muito importante, especialmente na situação atual de falta de investimentos”, afirmou Pedro Carelli, pró-reitor de Pesquisa e Inovação.
Segundo ele, há um “gargalo” na geração de inovação no país. “A gente faz pesquisa de altíssimo nível na universidade, mas nem sempre essa pesquisa é transferida para o mercado. Então, a gente criou esse programa de incubação e empreendedorismo. A ideia é gerar startups inovadoras, de um empreendedorismo de base tecnológica, que absorva as tecnologias desenvolvidas na universidade e leve isso para dar retorno à sociedade”, detalhou.
Diálogo – A presença da ministra na UFPE integra uma série de reuniões com as comunidades científica e acadêmica. No encontro desta quinta, Luciana Santos conversou com o Consórcio Universitas, grupo que reúne reitores de várias universidades pernambucanas. “Tenho reafirmado o meu compromisso com uma comunidade acadêmica forte, autônoma e bem estruturada, de modo a utilizar toda a sua capacidade de transformar conhecimento em riqueza para o país e em qualidade de vida para a população”, afirmou a ministra.
Ela citou o esforço para reposicionar o MCTI como protagonista das políticas públicas de ciência e recuperar o seu papel de indutor do desenvolvimento científico e tecnológico do país, em articulação com outros órgãos federais, estaduais e municipais, empresas públicas e privadas, universidades e sociedades científicas.
A ministra informou que irá fazer um balanço dos editais da Finep e que, com a recomposição do orçamento do Ministério, será possível financiar novos projetos. Daí a importância de conhecer as propostas apresentadas na reunião.
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