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Ações de pesquisa deixam legado para áreas estratégicas na saúde e no desenvolvimento sustentável
As ações empreendidas pela Secretaria de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (SEPEF/MCTI) em áreas estratégicas para o Brasil foram enfatizadas durante palestra realizada nesta quinta-feira (1º/12) na 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Entre as principais iniciativas estão o estabelecimento da RedeVírusMCTI, que engloba o desenvolvimento de vacinas no Brasil, e de projetos de desenvolvimento sustentável que consideram o envolvimento das comunidades locais e a valorização dos produtos da biodiversidade.
“Fizemos um esforço enorme para contemplarmos áreas estratégicas para a ciência e que automaticamente refletem em contribuições para o Brasil. E o mais importante é que essas ações sempre foram realizadas com assessoramento das redes de pesquisadores”, afirmou o secretário Marcelo Morales durante a palestra.
Além de incorporar o trabalho de pesquisa em rede, que permite conectar diferentes grupos de pesquisa com o objetivo de acelerar os trabalhos, a RedeVírusMCTI, implementada em fevereiro de 2020, permitiu impulsionar o desenvolvimento de vacinas em território nacional. Recentemente se iniciaram os testes clínicos da vacina SpiN-Tec MCTI UFMG, que é considerada a primeira vacina totalmente desenvolvida no Brasil. “O investimento em áreas estratégias de saúde proporciona segurança para população”, enfatizou Morales.
O investimento na incorporação de novas tecnologias para o combate à covid-19 atende a demanda de produção nacional de imunizantes para doenças endêmicas ou negligenciadas, como dengue, malária, zika, Chikungunya e febre amarela. “Essa estratégia montada nos traz a possibilidade de terapias para o controle e erradicação de doenças endêmicas, típicas dos países pobres”, explicou Morales
A RedeVírus MCTI também apresenta como legado a consolidação de desenvolvimento de testes de diagnóstico, monitoramento genômico de vírus, monitoramento em escala nacional de vírus em animais silvestres, como aves e morcegos, e monitoramento de águas residuais.
Em outra frente, o enfrentamento da pandemia demonstrou a necessidade de o País ampliar a capacidade infraestrutura apropriada de biossegurança recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para lidar com vírus infecciosos, como a Covid-19, e outros micro-organismos. Os locais serão destinados à pesquisa e inovação no desenvolvimento de vacinas, tratamentos e estudos do vírus SARS-CoV2 e outras viroses emergentes e reemergentes. Por isso, a SEPEF/MCTI coordenou as ações que ampliou para 18 o número de laboratórios de nível de biossegurança 3 e está fomentando a formação de recursos humanos.
Bieconomia e biodiversidade – Resultados de ações da pasta para sustentabilidade, em especial na região amazônica, também foram relatadas durante a palestra. “Se me perguntarem onde está o futuro do Brasil, eu respondo que está na bioeconomia. Ainda conhecemos muito pouco da biodiversidade brasileira e este é o país com uma das maiores biodiversidades do mundo”, destacou Morales.
Estima-se que somente 4% da biodiversidade da floresta Amazônica seja conhecida. Para o secretário, conhecer a região é ação fundamental, pois a região tem potencial para novos ativos que podem contribuir para o desenvolvimento de novos medicamentos. “Um metro quadrado da floresta Amazônica pode guardar várias moléculas e genes que podem ser a descoberta de novos tratamentos para o câncer, enfrentamento da resistência antimicrobiana”, exemplificou sobre o potencial de novas descobertas.
O MCTI investe no Sistema Amazônico de Laboratórios Satélites (SALAS) para oferecer infraestrutura aos pesquisadores no meio da floresta. É uma solução para resolver um dos grandes gargalos de fazer pesquisa na Amazônia que sempre foi ter locais adequados para preparar amostras, para os profissionais ficarem em segurança e se alojarem pelo período da pesquisa de campo. Já foram entregues três, sendo um flutuante, chamado de Vitória-Régia. A opção por laboratórios flutuantes considera as características da região, que fica alagada parte do ano. Além da infraestrutura, o projeto SALAS-MCTI prevê o fomento do uso dessas bases por meio de editais de pesquisa.
A palestra abordou ainda ações de regeneração florestal, biotecnologia, mudanças climáticas, Antártica e oceano, alimentos do futuro.
Sobre a SEPEF - A SEPEF atua no planejamento e articulação de políticas voltadas para formação de recursos humanos em ciência e tecnologia, infraestrutura de pesquisa e promoção da pesquisa e desenvolvimento em áreas estratégicas. As coordenações estão organizadas em duas grandes áreas do conhecimento: Ciências da Vida e Desenvolvimento Humano e Social, e Ciências da Natureza. No total, são sete coordenações que abrangem biodiversidade, clima e sustentabilidade, saúde e biotecnologia, oceano e Antártica, bioeconomia, humanas e sociais aplicadas, infraestrutura e formação e pesquisa.