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A 76 km de Brasília, equipe da OBSAT/MCTI finaliza resgate de satélites lançados na 19ª SNCT
No último domingo, 4 de dezembro, foi lançado do Pavilhão de Exposições no Parque da Cidade, em Brasília (DF), um balão estratosférico com dois satélites, um Cubesat e um CanSat, que teve a participação da Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI). Duas câmeras filmaram e fotografaram todo o trajeto do equipamento.
Pelos cálculos inicias a queda da carga útil seria na região de Brazlândia no Distrito Federal, a pouco mais de 48 km do local de lançamento, mas com a chuva que começou logo depois do lançamento, todo o planejamento de resgate foi mudado, o que fez a equipe ter que refazer muitas vezes o cálculo da nova rota do balão com os satélites.
Logo depois do lançamento da sonda, por volta das 14h30, a equipe da OBSAT, liderada por Karizi Silva, representando o coordenador da Olimpíada Brasileira de Satélites, Rafael Vidal Aroca, junto com os componentes da equipe: Wesley Gueta, Leonardo Celente, João Marcus Morais, Bruna Luiza Pereira, Vinicius borges, Augusto Almeida, Bruna Copceski, Pedro Lousada e Julio Calandrin, com apoio do Grupo de pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) chamado Zenith, e também uma equipe de jornalista e cinegrafista do MCTI saíram para o resgate da estrutura lançada. Após sete horas de buscas, a equipe conseguiu pegar a localização final da sonda, que caiu com a carga útil em Veredas 1, localidade de Padre Bernardo, no interior de Goiás, a 76 km de Brasília.
Ainda no domingo (4), a equipe recebeu o sinal da sonda com dois satélites, às 18h20, e somente às 19h30, conseguirem chegar na região de Veredas 1, local da queda do equipamento. Com a ajuda e autorização do dono da chácara onde caiu o material, o grupo entrou na mata. Às 20h16, ao olharem para o alto de um arvore de aproximadamente 10 metros, foi visualizada a sonda pendurada a uma altura de 8 metros, sendo impossível naquele momento fazer o resgate.
Já na segunda-feira, a equipe voltou com uma equipe do 7º Grupamento do Corpo de Bombeiros Militares de Brazlândia. No entanto, o resgate não foi possível devido as condições do local e por ser preciso de mais material para concluir o serviço.
Por fim nesta terça-feira (6), a equipe dos Bombeiros liderada pelo subtenente J. Moreira, e composta pelo 2° Sgt L Bezerra, 3° Sgt Custódio,3° Sgt Jacqueline Carvalho, Cb Natália e Sd Fagundes, realizou a recuperação da sonda com os dois satélites da OBSAT/MCTI, por volta das 13h.
Agora a equipe irá colher os dados obtidos pelos satélites e irão fazer análises sobre o comportamento da sonda desde o lançamento até a sua queda e assim poderão preparar outros lançamentos com experimentos com informações ainda mais precisas.
Popularização da Ciência
O secretário de Articulação e Promoção da Ciência do MCTI, Carlos Antunes, apontou que a 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2022 foi pioneira em incluir temas que farão parte do futuro de jovens e adolescentes em suas carreiras. “ Tivemos o Arena Games MCTI, que mostrou que a gamificação, realidade virtual e metaverso é parte da formação e dos conceitos das futuras profissões”, afirmou.
“Colocamos química, meteorologia, geometria, sensoriamento remoto, curiosidade e aguçamos todos com o lançamento de um balão atmosférico em uma ação inédita em Brasília que percorreu 76 quilômetros para ser resgatado. Este "satélite" lançado foi monitorado real time no Pavilhão de Exposições e pela equipe que foi resgatá-lo. Em parceria com a OBSAT tivemos este momento histórico na SNCT”, acrescentou.
Foi destacado ainda por Carlos Antunes que, no aspecto econômico, a SNCT 2022 gerou quase 300 empregos diretos e cerca de 2000 oportunidades indiretas. “Impactamos a economia local em cerca de 10 milhões de reais e tenho certeza que muitos informais também puderam gerar renda e oportunidade neste final de ano. Montamos mais de 40 mil metros de área de exposição com mais de 100 expositores que, durante uma semana, mostraram tudo que estão fazendo em ciência, tecnologia e inovação no DF e todo o Brasil. Vários parceiros como MEC, MDR, MTur, Defesa e parceiros privados que acolheram nossa proposta que fala sobre os 200 anos de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil”, disse.
Para a coordenadora-geral de Popularização da Ciência, Tecnologia e Inovação do MCTI, Silvana Copceski, a experiência científica para estudantes que fizeram seus satélites, programaram e enviaram pelo balão estratosférico ficará marcada em suas vidas. “Tudo se inicia com a inscrição na Olimpíada Brasileira de Satélites. O estudante passa de fase, e é sempre importante ter em mente as ferramentas que farão parte de sua pesquisa, conforme sua realidade”, afirmou.
“O resgate cria uma expectativa incrível, pois pode acontecer de não conseguir resgatar o material lançado, mas na 19ª SNCT o balão foi solto e foi resgatado, não há maior emoção de receber seus cubesat e fazer a análise final de todo trajeto percorrido pelo balão. Isso mostra na prática que as olimpíadas, o trabalho em equipe torna nossos estudantes verdadeiros cientista”, complementou.
O coordenador da Olimpíada Brasileira de Satélites, Rafael Vidal Aroca, é docente voluntário da Universidade Federal de São Carlos( UFSCar) e pesquisador no Centro de Pesquisas Avançadas Wernher von Braun, uma instituição que presta serviços de pesquisa, desenvolvimento e inovação para empresas e instituições em geral, sem fins lucrativos. Segundo ele, a equipe já fez 12 lançamentos desse tipo esse ano. “Isso envolve muito empenho dessa equipe, do pessoal que estava na 19ª SNCT, e tem todo um processo de autorização que eles mesmo fazem, com preparação de documentação, simulação, pedir autorização de espaço aéreo, e é tanto trabalho que eles passam noites e noites preparando isso com muito carinho e muita dedicação”, contou.
“Em um dos experimentos que lançamos pela equipe de alunos da USP, em Tatuí, São Paulo, tínhamos experimentos com amostras de DNA, e inclusive, tinha uma câmera que filmou a partir do próprio experimento deles, e eles ganharam o prêmio Internacional de iniciação científica com esse projeto que rodou dentro de uma sonda OBSAT/MCTI”, concluiu.
OBSAT/MCTI
A ação é financiada pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). A realização da 1ª Olimpíada Brasileira de Satélites (OBSAT/MCTI) tem por objetivo promover experiências teóricas e práticas em projetos de satélites de pequeno porte, difundindo a cultura aeroespacial para estudantes e professores de instituições de ensino fundamental, médio, técnico profissionalizante, e universitários.
A Olimpíada contou com mais de 300 equipes, com mais de 1500 participantes em todo Brasil, ajudando a divulgar mais sobre a cultura aeroespacial e de Nano satélites, levando o conhecimento para mais pessoas e fomentando novos talentos na área. A 1ª OBSAT está nas suas fases finais, e foi durante a SNCT que a equipe da OBSAT MCTI anunciou que as inscrições estão abertas para a 2ª edição! Aproveite e faça sua inscrição pelo site www.obsat.org.br para participar da 2ª edição, que ocorrerá em 2023.