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Primeira vacina totalmente nacional deixa legado para o Brasil, afirma ministro do MCTI
Foto: UFMG
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, destacou que o desenvolvimento da vacina SpiN-Tec MCTI UFMG deixa um legado significativo para o Brasil. “É uma solução brasileira, feita por brasileiros, que chegará ao mercado por brasileiros, gerando conhecimento, riqueza e qualidade de vida para o nosso povo”, afirmou o ministro durante cerimônia, nesta sexta-feira (15), que marcou o início dos testes clínicos com voluntários do primeiro imunizante nacional contra a Covid-19.
A vacina totalmente nacional contra a covid-19 foi desenvolvida no Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da UFMG em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz MG) e envolveu mais de 20 pesquisadores. O projeto é financiado pelo MCTI e outras instituições.
O ministro do MCTI ressaltou que a vacina é fruto de uma parceria pública e acadêmica, com uma convergência de vontade e compromisso de todos os atores envolvidos com o propósito de desenvolver o imunizante. “A pandemia mostrou o papel nobre e único da ciência. Se a gente quer construir um futuro inclusivo e sustentável, que seja com educação, ciência e tecnologia”, afirmou Paulo Alvim.
Durante o evento, a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sandra Regina Goulart Almeida, lembrou que a pandemia da Covid-19 interrompeu a vida da população em vários aspectos e despertou a necessidade de um esforço conjunto para o enfrentamento da situação.
A reitora defendeu o investimento contínuo e sustentável em ciência e tecnologia para a soberania do país. Sandra Almeida ressaltou o papel de relevância das universidades públicas para a pesquisa no país. “Mais de 90% da pesquisa no Brasil é feito nas nossas universidades. Nosso compromisso é com o povo brasileiro.”
Momento histórico
“Estamos em um momento histórico. É a primeira vacina da história do Brasil produzida por brasileiros, com financiamento e desenvolvida por instituições brasileiras”, afirmou o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales.
O secretário do MCTI destacou o papel da RedeVírus MCTI no enfrentamento à Covid-19 no Brasil. Segundo Marcelo Morales, as diversas estratégias da rede incluíram ações para sequenciar as mutações do coronavírus, o monitoramento de animais, a elevação do nível de segurança dos laboratórios e também o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19. “A rede veio para ficar como uma ferramenta importante para o país. Criamos uma infraestrutura para o enfrentamento de novas pandemias”, concluiu.
O coordenador do projeto de desenvolvimento da SpiN-Tec MCTI UFMG, professor Ricardo Gazzinelli, relembrou o histórico de desenvolvimento da vacina e explicou como serão realizadas as fases de testes e a produção do imunizante. “Um dos principais desafios foi desenvolver uma vacina multivalente capaz de controlar novas variantes”, lembrou. O professor reforçou a importância do investimento em pesquisas no país como uma política de estado continuada.
O evento que marcou o início dos testes clínicos da SpiM-Tec contou com a participação de diversas autoridades dos governos federal, de Minas Gerais, da prefeitura de Belo Horizonte, além de representantes do setor acadêmico, pesquisadores e políticos.
Investimentos
O MCTI investiu, desde 2020, R$ 32 milhões em dez projetos nacionais de desenvolvimento de vacinas contra a covid-19, com 15 diferentes estratégias. Foram disponibilizados outros R$105 milhões para a realização de ensaios clínicos de Fase I e II aos projetos que receberam autorização da Anvisa. Cinco projetos foram qualificados e, até o momento dois receberam autorização da Anvisa para iniciarem os ensaios clínicos: SpiN-Tec MCTI UFMG e RNA MCTI Cimatec HDT. Para assegurar a finalização do desenvolvimento de vacinas no Brasil, o edital de subvenção econômica no valor de R$310 milhões vai apoiar a realização de ensaios Clínicos de Fase III.