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No CCBB pesquisadora Santuza Teixeira destacou a importância do desenvolvimento de vacinas para a independência do Brasil
Foto: Wesley Sousa (SEAPC/MCTI)
Aconteceu na tarde desta quarta-feira (9), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, a palestra da professora Santuza Teixeira, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sobre: "A Ciência e o Desenvolvimento do Brasil". Estiveram presentes no evento o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales, e o secretário de Articulação e Promoção da Ciência (SEAPC/MCTI), Carlos Antunes.
Em sua fala a pesquisadora destacou a importância de mostrar para a população o trabalho desenvolvido nas universidades, nos institutos de pesquisa, além de explicar sobre o trabalho científico de uma forma que todos compreendam. E assim mostrar para as pessoas que o caminho da produção de vacinas e produtos de saúde precisam ser trilhados com muita perseverança, para que se chegue a resultados que tragam benefícios concretos, em especial com relação à produtos ligados à saúde humana como no desenvolvimento de uma vacina nacional.
Segundo Santuza Teixeira, a contribuição mais importante que se vai deixar como legado desse processo da pandemia, será a oportunidade de mostrar o papel da ciência e dos cientistas brasileiros. “O conhecimento precisa ser destacado e mostrado a sociedade os resultados obtidos. É importante mostrar para as pessoas a importância do trabalho dos cientistas, esse é um caminho que precisa ser trilhado com muita perseverança, a criação de uma vacina é um legado que vamos deixar para a população”, disse.
Foi destaco por Santuza sobre candidata a vacina contra Covid-19, SpiN-Tec MCTI UFMG, financiada pela RedeVírus MCTI e outras instituições, que recebeu em outubro deste ano, a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar os ensaios clínicos, ou seja, a aplicação do imunizante em seres humanos. O projeto é conduzido pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e envolveu mais de 20 pesquisadores.
O que foi proposto para Anvisa foi utilizar a vacina SpiN-Tec como uma dose de reforço, que sabemos ser necessário, possivelmente anual, para manter o controle da Covid-19. E o que a gente quer verificar, é se depois que você dá a dose de reforço, se o indivíduo terá um aumento na resposta imune, e aí a gente medirá essas três coisas: anticorpos ligantes, anticorpos neutralizantes, e produção de IFN, nisso a gente quer saber se ao tomar uma dose de reforço com a SpiN-Tec, a pessoa vai ter aproximadamente os mesmos níveis desses 3 parâmetros, equiparando se você recebeu uma dose de reforço da AstraZeneca, por exemplo. Então o que a Anvisa quer é haja equivalência no resultado como dose de reforço, ou seja, no final o resultado que se pretende chegar é saber se o indivíduo que recebeu a dose da vacina SpiN-Tec, está tendo o mesmo resultado de que uma vacina comercial que está sendo utilizada hoje no Brasil.
Em sua fala o secretário de Articulação e Promoção da Ciência (SEAPC/MCTI), Carlos Antunes, enalteceu a cooperação entre o MCTI e o CCBB para a realização da Caravana da Ciência e destacou o importante papel social para com as futuras gerações. “É um orgulho muito grande promover a Caravana da Ciência no CCBB. O nosso trabalho é essencialmente aproximar a população da ciência, que está presente no dia a dia de todo mundo, e mudando nosso cotidiano a todo tempo. Nossa missão é trabalhar pelas as crianças, jovens e adolescentes, preparando a próxima geração de cientistas e pesquisadores”, afirmou.
Para o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales, um país independente, é aquele que investe em ciência, tecnologia, inovações. Se a gente olhar a história, a gente vai ver que o desenvolvimento do Brasil está diretamente conectado ao avanço da ciência, e o mundo moderno está pautado e fundamentado na ciência, que traz os resultados com pesquisa, e ela só existe com formação acadêmica, então nós temos que estar continuamente investindo em educação, que é a base para que se tenha todos os profissionais, mas também a formação acadêmica do cientista.
“Não é fácil ser cientista, tem que ter muito investimento também na carreira. Porque o cientista, ele traz o conhecimento e o conhecimento tem método para ser trazido à tona. Então há uma infinidade de cientistas brasileiros que estão produzindo ciência de ponta em todas as áreas do conhecimento. Estão trabalhando para solucionar questões nacionais. É a ciência que vai impulsionar o Brasil para os novos patamares que traz o futuro é perspectivas do bom andamento, do conforto da nossa população mundial, e aí eu estou falando de sustentabilidade, estou falando de meio ambiente e desenvolvimento na área da saúde e também nas várias outras áreas que são tão importantes”.
REDEVÍRUS MCTI
A RedeVírus MCTI é um comitê que reúne especialistas, representantes de governo, agências de fomento do ministério, centros de pesquisa e universidades com o objetivo de integrar iniciativas em combate a viroses emergentes, em especial a do coronavírus. O comitê define estratégias para o enfrentamento de pandemias e já definiu ações como produção de testes diagnósticos e vacinas no Brasil, monitoramento do ambiente e das mutações do vírus por meio de sequenciamento genético.
Ensaios clínicos SpiN-Tec
Segundo a Anvisa, o ensaio clínico aprovado é de fase 1/2, multicêntrico, duplo-cego, randomizado, controlado com comparador ativo (Covishield®), de dose escalonada para verificar segurança e imunogenicidade do produto investigacional, SpiN-Tec MCTI UFMG.
O ensaio clínico será composto de duas partes: Parte A) um ensaio clínico de fase 1 de dose escalonada para verificar segurança e reatogenicidade do produto investigacional; seguido de uma Parte B) um ensaio clínico de fase 2 para estudo de segurança e imunogenicidade da SpiN-Tec.
O ensaio clínico incluirá participantes saudáveis de ambos os sexos, com idade entre 18 e 85 anos, que completaram o esquema vacinal primário com a Coronavac ou Covishield (Astrazeneca/Oxford), e que receberam uma ou duas doses de reforço com a Covishield ou Comirnaty (Pfizer) há pelo menos 6 meses.
Os ensaios serão realizados em dois centros localizados em Belo Horizonte/MG (Faculdade de Medicina da UFMG e Hospital Felício Rocho). Serão incluídos um total de 432 voluntários, sendo 72 na Parte A e 360 na parte B.
Os ensaios clínicos receberão financiamento do MCTI/CNPq e da Prefeitura de Belo Horizonte.
CARAVANA DA CIÊNCIA MCTI
É uma realização do Centro Cultural do Banco do Brasil de Brasília, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), que acontece de 8 a 20 de novembro, em Brasília (DF), no Centro Cultural Banco do Brasil, com entrada franca e acontecerá o “Ciclo de Palestras 200 Anos de Independência – A Ciência e o desenvolvimento do Brasil”, trazendo como convidados cientistas renomados em cada uma das áreas do conhecimento científico.
O evento convida à experiência e ao conhecimento da relevância e dos avanços da ciência, utilizando as artes cênicas e ciclo de palestras. A ideia é apresentar as conquistas relacionadas à ciência brasileira, na linha do tempo da independência.
Confira a palestra completa em https://www.youtube.com/c/mcti