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Na COP27, MCTI destaca ações de ciência e tecnologia para a sustentabilidade
O painel ‘Ciência e Tecnologia para Sustentabilidade’, realizado nesta segunda-feira (14), no Espaço Brasil, na 27ª Conferência das Partes (COP27) das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, destacou as ações empreendidas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio da Secretaria de Pesquisa e Formação Científica, na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
“A área de clima e sustentabilidade é importante e colocamos todos os esforços de investimentos e da pesquisa brasileira”, afirmou o secretário de Pesquisa e Formação do MCTI, Marcelo Morales, na abertura do painel. O secretário também destacou a orientação para que todas as ações desenvolvidas pela pasta contemplem os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU.
Neste ano, além da implementação do Acordo de Paris, um dos principais temas em negociação na COP27 envolve a adaptação à mudança do clima. Adaptar-se nesse contexto significa promover resiliência em todas as dimensões possíveis, como infraestrutura, saúde, segurança hídrica, alimentar e energética.
Nesse sentido, a plataforma AdaptaBrasil MCTI desenvolvida pelo MCTI consolida, integra e dissemina informações técnico-científicas, em linguagem acessível, sobre os impactos das mudanças climática em todos os 5.570 municípios brasileiros. Os indicadores incluem o cenário atual e projeções futuras, para 2030 e 2050, sob perspectivas pessimista e otimista na trajetória global de emissões de carbono. Em breve, as projeções também incluirão para o ano de 2100.
“São informações relevantes para que os municípios possam se preparar em várias áreas”, afirmou Morales sobre a experiência brasileira em disponibilizar dados baseados em evidências científicas para apoiar o processo de tomada de decisão em todos os níveis, tanto na esfera pública como na iniciativa privada.
A plataforma, que começou como um projeto piloto para a região do semiárido, foi expandida em 2021 com dados para todo o território nacional e neste ano recebeu novos módulos de infraestrutura e saúde.
Os dados sobre de 21 portos públicos são os primeiros resultados sobre infraestruturas críticas disponíveis na plataforma. O setor de portos é estratégico para a economia brasileira. De acordo com a Antaq, a movimentação no setor é de aproximadamente R$ 293 bilhões anuais, sendo responsável por 14% do produto interno bruto. As informações disponíveis consideram os aspectos como tempestades, vendavais e aumento do nível do mar, e podem subsidiar o planejamento da adaptação à mudança do clima.
O módulo de saúde considerou análises de risco atual e esperado, tendo em vista cenários de mudanças climáticas, relacionadas à malária. O risco do impacto é caracterizado para todo o Brasil, município a município, considerando o nível do risco de incidência da malária para cada situação climática. O risco de impacto da plataforma sobre o setor saúde considerou as dimensões de exposição, vulnerabilidade (composta por sensibilidade e capacidade adaptativa) e ameaça climática, e possui uma hierarquia de indicadores temáticos. Nesse item são considerados, por exemplo, o índice parasitário anual de malária, que define o perfil epidemiológico da doença, especificidades sobre as causas, aspectos demográficos e socioeconômicos.
“Futuramente teremos [análises] para várias doenças tropicais”, explicou o secretário. Está prevista a incorporação de dados sobre leishmaniose visceral e cutânea, dengue, febre amarela, zika e Chikungunya.
Assista à íntegra da apresentação realizada na COP27 neste link.