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Manaus: MCTI realiza evento em comemoração aos 70 anos de criação do INPA no Teatro Amazonas
Foto: Neila Rocha (SEAPC/MCTI)
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, esteve presente nessa quinta-feira (3) em Manaus, no estado do Amazonas, para as comemorações dos 70 anos de criação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), unidaded de pesquisa do MCTI. Foi no Teatro Amazonas que aconteceu o evento com a apresentação do Concerto da Orquestra Amazonas Filarmônica, onde também foi apresentado um vídeo comemorativo da instituição. Estiveram presentes no evento o secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC-AM), Cândido Jeremias Cumarú Neto, representando o governador do Estado do Amazonas, Wilson Lima; o cônsul geral do Japão em Manaus, Masahiro Ogino; a cônsul geral Adjunta do Japão em Manaus, Reiko Nakamura, e a diretora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Antônia Franco.
Em sua fala, o ministro Paulo Alvim destacou o fortalecimento da ciência, tecnologia e inovação na região Amazônica e que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) tem sido um grande parceiro, além de dialogar muito para produzir e disseminar a informação e o conhecimento. “Nunca se valorizou tanto a ciência para construção de soluções permanentes. A ciência e a tecnologia estão aqui e continuarão sempre contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, para as pessoas. E quando a gente pensa num bioma como da Amazônia, instituições como o INPA são estratégicas. Nós recebemos com alegria o reconhecimento e a cooperação científica e tecnológica do Japão com Brasil, algo que dá orgulho à ciência brasileira, porque, juntos, construímos soluções fundamentais para o planeta, e aqui faço homenagem aos diretores de instituições de pesquisa do MCTI, trabalhando sempre de forma cooperativa, de forma integrada, com um único objetivo: o avanço da ciência e tecnologia e principalmente um compromisso com o desenvolvimento inclusivo sustentável do país”, afirmou.
O INPA é uma referência na geração de conhecimento científico sobre a Amazônia e tem grandes contribuições para a conservação e o desenvolvimento sustentável da região. O instituto tornou-se modelo no mundo nos estudos de biologia tropical, sendo um grande gerador de conhecimento sobre o uso sustentável dos recursos naturais na Amazônia e, desde o fim da década de 1990, é sede de uma das maiores redes internacionais de estudos sobre as interações da biosfera amazônica com a atmosfera.
Conforme a diretora do INPA, Antônia Franco, esse é um momento de muito orgulho e deixa mais forte a instituição, nunca esquecendo das mãos amigas que muito trabalharam em conjunto pela instituição. “A ciência é um sacerdócio e o INPA é um grande laboratório vivo no meio da floresta, imerso nos mais diversos tipos de conhecimentos que detém muitas histórias de vida, de dedicação e também de cumplicidade. Cabe agora a cada um de nós, governantes, gestores, pesquisadores, servidores e alunos, continuarmos nossa defesa pelo INPA e por sua sobrevivência na Amazônia”, destacou.
Para o secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC-AM), Cândido Jeremias Cumarú Neto, "o INPA é um patrimônio do povo Amazonense. Um patrimônio por toda a entrega que é realizada para a ciência, tecnologia e para o conhecimento e o desenvolvimento do meio ambiente para a Amazônia. Conhecimento esse que é produzido e compartilhado com todo mundo e pode ser considerado o maior legado dessa grande instituição. O INPA figura entre as grandes instituições do mundo e seu impacto pode ser visto não só no desenvolvimento da ciência e tecnologia, mas também na formação educacional e no acesso ao conhecimento do meio ambiente, da floresta e dos povos originários”, disse.
Vários projetos surgiram na busca da compreensão em saber como a floresta está reagindo às mudanças climáticas. O grande desafio é gerar inovações e tecnologias, protegidas por patentes a partir da biodiversidade amazônica, que possam atender demandas da sociedade, e nesse sentido o INPA/MCTI, tem cada vez mais assumido a responsabilidade no que diz respeito a produzir conhecimento e formação de recursos humanos dentro dos parâmetros da sustentabilidade e agregar mais valor aos serviços e produtos da floresta.
Paulo Alvim finalizou sua participação na comemoração dos 70 anos do INPA destacando a importância de fazer ciência e tecnologia na Amazônia. " A gente precisa incorporar os saberes os tradicionais, saberes que precisamos cada vez mais incorporar na busca de soluções que se tornam inovadoras e permanentes. Mas mais importante do que qualquer coisa, é pensarmos no futuro, o país, a Amazônia, precisam de mais INPA, de mais ciência, mais tecnologia olhando esse bioma. Um bioma que, para nós brasileiros, é estratégico é fundamental para o planeta".
História
Primeira sede do INPA - Acervo Biblioteca do INPA Criado pelo Decreto nº 31.672, de 29 de outubro de 1952, o INPA é uma resposta do Governo Brasileiro à proposta apresentada na Unesco do Instituto Internacional Hileia Amazônica (IIHA). A instalação ocorreu quase dois anos depois em cerimônia realizada no dia 28 de julho de 1954, em Manaus, dirigida pelo cientista Olympio da Fonseca, o primeiro diretor do Instituto. Só em 2018, o INPA passou a ter uma mulher à frente da direção, a pesquisadora Antônia Franco, atual diretora.
Os estudos no INPA tiveram início com a Botânica e a saúde do homem da Amazônia. No decorrer dos anos, o foco de pesquisa se adaptou e modernizou para acompanhar as mudanças que a ciência e a sociedade exigem.
A institucionalização contou com a participação de instituições e pesquisadores nacionais e estrangeiros. Para suprir a falta de pessoal qualificado e não ficar na dependência de recursos humanos importados, o INPA investiu na formação de técnicos e especialistas locais. Já na primeira turma do Curso de Auxiliares de Laboratório e de Biblioteconomia houve forte presença de mulheres, que se refletiu nas atividades científicas, inclusive de campo.
As primeiras expedições foram chefiadas pelo geógrafo francês Francis Ruellan, diretor da Escola de Altos Estudos de Paris, entre 1954-1955, e ocorreram para o território Rio Branco, hoje Roraima, contando com o apoio do Departamento de Geografia da Faculdade Nacional de Filosofia, do Conselho Nacional de Geografia e da Força Aérea Brasileira (FAB).
A primeira láurea conquistada pelo INPA foi com o pesquisador Nelson Cerqueira, da entomologia médica. Ele conquistou o Prêmio Carlos Chagas da Academia Nacional de Medicina em 1959, pela determinação da transmissão da Mansonella ozzardi na Amazônia através do Simulium, conhecido como pium.