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Em workshop do ICGEB, MCTI apresenta ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação adotadas pela RedeVírus MCTI para enfrentar Covid-19
Ao longo desta semana, especialistas brasileiros e do exterior participam, em São Paulo (SP), do workshop ‘Doenças infecciosas emergentes: biologia, prevenção e tratamento’. O evento, que se iniciou nesta segunda-feira (07), é organizado pela Universidade de São Paulo (USP) e pelo Instituto Butantan e chancelado pelo Centro Internacional para Engenharia Genética e Biotecnologia (ICGEB). Estarão em debate soluções que envolvem a pesquisa básica e aplicada sobre diagnóstico e terapia, bem como o papel das agências de fomento à cooperação entre a indústria farmacêutica e a academia e sobre como transformar pesquisas científicas em produtos.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) representa o Brasil no Board of Governors do ICGEB, que é composto por 66 nações, e intermédia as propostas de oficinas apresentadas por instituições brasileiras ao ICGEB. Este é o único evento chancelado pelo ICGEB realizado no Brasil neste ano.
Na cerimônia de abertura do workshop, o diretor-geral do ICGEB, Lawrence Banks, destacou a relevância da realização da oficina no Brasil, que foi planejada em 2018. Segundo Banks, a discussão sobre doenças infeccionas permanece importante e até tornou-se mais relevante após a pandemia. O diretor-geral afirmou que, apesar dos desafios impostos e da devastação que a doença causou em algumas partes do mundo, a pandemia acelerou o desenvolvimento de novas terapias, novas tecnologias de vacinas e de diagnósticos. “Uma das coisas que aprendemos com a pandemia é a flexibilidade na ciência”, explicou Banks sobre os rearranjos e a capacidade da comunidade científica.
Para o MCTI, a ciência tem papel importante para fortalecer a cooperação internacional, em especial quando se refere aos desafios contemporâneos de saúde global, que não são limitados por fronteiras e que não podem ser resolvidos de modo isolado. “As infecções emergentes necessitam do engajamento de cientistas de diferentes países para compreender e desenvolver novos tratamentos vacinas e diagnósticos”, afirmou o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales.
A sessão de abertura também contou com a participação do reitor da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Gilberto Carlotti Jr.; do presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP), Marco Antonio Zago; e do presidente do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas.
Ações para combate à Covid- 19 e resistência antimicrobiana - O secretário Morales apresentou as estratégias adotadas pela pasta ministerial para o enfrentamento da Covid-19 que se iniciaram com criação, em fevereiro de 2020, da RedeVírus MCTI, que se tornou permanente. O comitê de assessoramento científico e de caráter consultivo reúne especialistas e centros de pesquisa. Entre as atribuições está a de subsidiar a promoção do desenvolvimento de tecnologias para auxiliar o País no enfrentamento de viroses emergentes e reemergentes.
A Rede está organizada em sub-redes que abrangem sistemas de vigilância epidemiológica, por meio de águas residuais e de monitoramento de animais silvestres, sequenciamento genômico para monitoramento das variantes do vírus SARS-Cov2 que circulam no país, e desenvolvimento de testes de diagnóstico nacionais e de vacinas.
O MCTI financia dez projetos com 15 diferentes estratégias para vacinas, envolvendo diferentes e novas tecnologias, sendo que cinco delas foram qualificadas para receber financiamento público para realização dos ensaios clínicos de fases I e II. Duas receberam aval da Anvisa para iniciar os ensaios clínicos: a RNA MCTI CIMATEC HDT e a SpiN-TEC MCTI UFMG.
Ao encerrar a apresentação, o secretário destacou que toda a estratégia desenvolvida para enfrentamento da Covid-19 envolveu a participação de diversas instituições acadêmicas e de pesquisa, e, principalmente, cientistas brasileiros, sob a coordenação do MCTI. “Nós fizemos isso tudo juntos”, enfatizou. “Nós trabalhamos arduamente e em conjunto para colocar a ciência à frente de tudo e colocar o país Brasil em outro nível. Em vacinas, por exemplo, trazer novas estratégias para vacinas, não apenas para Covid-19. Nós temos um grupo de cientistas brasileiros que podem trabalhar em vacinas para enfrentar outras doenças que atingem a população”, afirmou Morales, citando doenças endêmicas como dengue, chikungunya, zica, febre amarela.
Sobre o enfrentamento à resistência antimicrobiana e estratégias para pós-Covid-19, o MCTI publicou neste ano chamadas públicas para fomentar pesquisa, desenvolvimento e inovação nessa área. Os editais foram publicados por meio das agências federais de fomento (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq/MCTI e Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP/MCTI). Os editais somam R$ 64 millhões. Os recursos são provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
Brasil no ICGEB - O Brasil é membro do ICGEB desde 2002. A organização intergovernamental foi estabelecida como um projeto especial da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO). O Centro atua nas áreas de doenças infecciosas e que não comunicáveis (decorrentes de genética, por exemplo), biotecnologia médica e industrial, entre outros aspectos, e desempenha papel fundamental na área de biotecnologia pela excelência em pesquisa, treinamento e transferência de tecnologia para a indústria contribuindo para promoção do desenvolvimento global sustentável. Atualmente, conta com 70 Estados-Membros e dispõe de 45 laboratórios considerados no ‘estado da arte’. A organização possui três centros localizados em Trieste, (Itália), em Nova Deli (Índia) e na Cidade do Cabo (África do Sul).
Assista à íntegra do primeiro dia do workshop ‘Doenças infecciosas emergentes: biologia, prevenção e tratamento’ neste link.