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Em painel do G20, Brasil apresenta ações oceânicas para mitigação e adaptação climática
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio da Coordenação-Geral de Oceano, Antártica e Geociências (CGOA), participou na segunda-feira (14) do painel sobre ‘Ações oceânicas do G20 para mitigação e adaptação climática’. O encontro, em formato híbrido, foi realizado na COP27, no stand da Indonésia, país que sedia a reunião do G20 a partir de hoje (15).
Em sua palestra ‘Construindo resiliência climática na área costeira’, a coordenadora-geral de oceano do MCTI, Karen Cope, contextualizou o assunto para a realidade brasileira, sinalizando os principais desafios e oportunidades. Cope destacou a criação do Programa Ciência no Mar MCTI, que realiza a gestão da ciência brasileira relacionada ao oceano e está alinhado com as principais agendas internacionais, em especial Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O programa tem duração prevista até 2030
Cope apresentou as ações da pasta ministerial para as zonas costeiras e relacionadas com mudanças climáticas. Em sua palestra destacou os investimentos realizados pelo governo federal, por meio de abertura de chamadas públicas, para financiar a pesquisa na área de oceano e Antártica. Cope também destacou o início da construção de um sistema nacional com dados de observação oceânica que seja compatível com compartilhamento, ou seja, que tenha dados abertos.
“Estamos enfatizando o nexo clima-oceano. Muitas das políticas para as cidades, por exemplo, ainda não contemplam as mudanças climáticas e não relacionam isso com as vulnerabilidades de comunidades costeiras”, avaliou Cope.
Uma das chamadas públicas aberta por meio do (CNPq) neste ano envolve a ‘Gestão Integrada de Recursos Hídricos e Zonas Costeiras no Contexto das Mudanças Climáticas’. O valor global do edital é de R$10 milhões. Outro edital, no valor de R$6milhões, visa apoiar projetos para estruturar uma rede de pesquisa de Observação e Monitoramento Oceânico relacionados ao Global Ocean Observing System (GOOS) Brasil. A ideia é ampliar e consolidar sistemas de observação permanente do oceano, da zona costeira e da atmosfera, para apoiar a elaboração de previsões meteoceanográficas e ações, contribuindo para redução de riscos e vulnerabilidades decorrentes de eventos meteoceanográficos extremos que afetem o país. Os recursos são Fundo Setorial de Recursos Hídricos (CT-Hidro) do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
Esse foi o segundo workshop organizado pelo G20. O primeiro ocorreu em setembro em paralelo à reunião dos ministros do meio ambiente do grupo. O objetivo da iniciativa é promover o compartilhamento de informações, experiências e pontos de vista sobre o clima a partir de ações para o oceano ação.
De acordo com os organizadores do painel, a maioria dos países que integram o G20 se esforçam para fortalecer o engajamento na Diálogo sobre Oceanos e Mudanças Climáticas. Eles pretendem organizar novos encontros no âmbito do G20 para discutir mais sobre pesquisa e inovação no oceano, o potencial de redução de emissões de GEE e de resiliência costeira e proteção, desenvolvimento social igualitário, maior sumidouro do oceano capacidade e economias verdes-azuis sustentáveis.
O painel foi aberto pela diretora-geral de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente e Floresta da Indonésia, Laksmi Dhewanthi. Além do Brasil, participaram do painel o diretor para Costas e Pequenas Ilhas do Ministério para Assuntos Marinhos e Pesca da Indonésia, Muhammad Yusuf, e a especialista sênior de Adaptação à Mudança do Clima do Fundo Global do Meio Ambiente (GEF, na sigla e inglês), Fareeha Iqbal.
Assista à íntegra do painel neste link