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Boletim de monitoramento genômico detecta emergência da variante BQ.1 em Santa Maria (RS)
O boletim 24 da Corona-ômica Br MCTI, publicado nesta sexta-feira (25), destaca a emergência da subvariante BQ.1 e BQ1.1 da variante Ômicron do vírus SARS-CoV-2. A rede de monitoramento genômico integra a RedeVírus do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Os pesquisadores avaliaram 157 amostras coletadas, entre 02 de agosto e 16 novembro, em laboratórios públicos e privados de Santa Maria (RS). O material foi analisado e sequenciado no Laboratório de Biologia Molecular e Bioinformática Aplicadas a Microbiologia Clínica (LABIOMIC), na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Os genomas sequenciados foram analisados por meio da plataforma online Nextclade. Além da disponibilização na base de dados públicos nacionais, as informações genômicas são disponibilizadas na plataforma internacional GISAID.
Todas as amostras analisadas foram caracterizadas como pertencentes à linhagem Ômicron e identificadas 16 diferentes sublinhagens. A maior parte, com 32,5%, é da sublinhagem BA.4.6. No entanto, nas últimas semanas foram detectadas amostras das subvariantes BQ.1 e BQ.1.1 e a primeira detecção no Rio Grande do Sul da sublinhagem BN.1.3.1.
A subvariante BQ.1 já foi detectada em diversos estados brasileiros e é ‘descendente’ da BA.5. De acordo com o coordenador da rede Corona-Ômica, Fernando Spilki, a BQ.1 é notabilizada por ter alta transmissibilidade. “É possível que se transmita de forma eficaz mesmo a partir de indivíduos vacinados, sem causar, a priori, casos mais graves nestas pessoas”, explica o pesquisador. Segundo ele, a recomendação é manter o calendário vacinal atualizado, e adotar medidas de proteção, como o uso de máscaras- especialmente em locais fechados, com atenção especial a idosos e imunossuprimidos.
Além da identificação das variantes prioritárias, os pesquisadores detectaram o Rio Grande do Sul a presença de uma sublinhagem da variante BN. Essa variante já havia sido detectada em São Paulo. “Isso mostra uma diversificação que vai além das variantes majoritárias BQ.1 e BE.9”, avalia Spilki.
Corona-Ômica.Br-MCTI - A rede Corona-Ômica foi instalada em 2020 por meio da Rede Vírus MCTI envolve 17 laboratórios descentralizados para captação e sequenciamento genômico de amostras de Sars-CoV-2. “Permanecemos monitorando e sequenciando o genoma, avaliando o perfil de crescimento e dispersão perante outras variantes de Ômicron em circulação”, afirma Spilki.
A rede oferece suporte também aos estudos de transcritômica de forma a acompanhar a evolução vírus no Brasil, bem como as características ligadas à severidade da infecção em pacientes brasileiros. A partir dessas análises, é possível identificar mutações associadas à virulência e até mesmo a busca de potenciais estratégias terapêuticas.
Acesse o boletim neste link.