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MCTI apresenta estratégia adotada para Ciência no Mar e contribuição dos especialistas na priorização de pesquisas
Foto: Jefferson Fernandes/Divulgação Diálogos da Cultura Oceânica
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) apresentou na terça-feira (11), em Santos (SP) a estratégia adotada pela pasta ministerial para promover a cultura oceânica de forma transversal na gestão científica, sempre valorizando a participação das universidades. O secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI enfatizou a gestão baseada em redes durante sua fala na mesa “Diálogo entre reitores: As universidades e a Cultura Oceânica’, que integra a programação do evento Diálogos sobre Cultura Oceânica.
Além dos reitores de sete universidades públicas de regiões costeiras do Brasil, o debate reuniu representantes do Comitê Executivo para Formação em Recursos do Mar do Ministério da Educação (MEC), o secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM) e representante da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco (COI-Unesco). O debate em torno do papel das Universidades e seus diferentes cursos de graduação e pós-graduação na formação de recursos humanos para a promoção da cultura oceânica e o desenvolvimento sustentável, também envolveu a cultura oceânica e a comunicação da ciência.
Em sua fala, o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, enfatizou a gestão baseada em redes praticada pelo ministério como parte da estratégia para a tomada de decisão. Os comitês de especialistas assessoram a pasta indicando áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação que precisam ser priorizadas, lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas, e integração e otimização de esforços.
Os especialistas participam de comitês de assessoramento como o Programa Ciência no Mar, Década da Ciência Oceânica, Rede Oceano Sem Plástico, Comitê Nacional de Pesquisas Antárticas (CONAPA). A inteligência em diversas áreas do conhecimento é emprestada para o desenvolvimento das ações promovidas pelo MCTI em prol do desenvolvimento sustentável do oceano e da cultura oceânica.
O secretário mencionou também que, além da participação nos fóruns de assessoramento, a contribuição que as universidades prestam ao MCTI é fundamental, pois cerca de 90% das pesquisas realizadas no Brasil são feitas dentro das universidades. Segundo ele, as universidades e os pesquisadores respondem rápido às demandas da sociedade.
Outro aspecto destacado pelo secretário sobre a pesquisa oceânica foi a participação da Marinha do Brasil, que presta apoio logístico para a realização de pesquisas em alto-mar, Antártica, ilhas oceânicas, entre outros
O secretário da SECIRM, destacou a dimensão da costa brasileira e também da área fluvial. Segundo ele, é possível ir de Porto Alegre, no Sul do país, até Rondônia, na região Norte, navegando por mais de 8 mil km em águas brasileiras. O almirante mencionou a importância da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que está completando 40 anos, e a necessidade de o Brasil dispor de profissionais conhecedores desse instrumento internacional, da mesma forma que é imprescindível que a formação de engenheiros de pesca, oceanógrafos, entre outras profissões ligadas à área, precisam ter parte da formação embarcados em navios-escolas. Atualmente, o país dispõe de 4 unidades que são geridas por universidades.
O representante do MEC e reitor da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Danilo Giroto, enfatizou o tema da governança. Ele utilizou a SECIRM como exemplo de esfera para debate e coordenação para mar e zonas de transição, neste caso, interministerial. Para ele, as zonas costeiras, além de serem as mais populosas do mundo, são espaços de uso natural e que geram conflito, por isso qualquer ação ou abordagem nessas regiões deverá multissetorial. Segundo ele, ainda há muito para avançar e articular diferentes atores.
No primeiro bloco, o presidente da Comissão Organizadora do Diálogos da Cultura Oceânica e professor da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Ronaldo Christofoletti, destacou a importância da dimensão humana dentro da ciência oceânica e mencionou que as zonas costeiras concentram a maior parte da população humana. Nesse sentido, o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14, que aborda ‘Vida na água’, tem potencial para impulsionar agentes no processo para atingir os 17 ODS da Agenda 203O.
Assista à íntegra da transmissão neste link.