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Livro sobre impactos sociais da Covid-19 no Brasil é finalista do prêmio Jabuti
O livro “Os Impactos Sociais da Covid-19 no Brasil: populações vulnerabilizadas e respostas à pandemia” é um dos dez finalistas do eixo não-ficção, categoria ciências, da 64ª edição do Prêmio Jabuti, a maior premiação literária brasileira. A coletânea foi organizada pelo Observatório Covid-19 da Fiocruz e pela Rede Covid-19 Humanidades MCTI, coordenada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A Rede Covid-19 Humanidades MCTI integra o conjunto de ações da RedeVírus MCTI financiadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para o enfrentamento da pandemia de Covid-19.
O livro é constituído de 236 páginas e organizado em 17 capítulos, sendo que em oito há artigos assinados por 14 pesquisadores da Rede Humanidades MCTI. No total, a obra envolveu cerca de 70 autores, pesquisadores e especialistas das mais diversas áreas, incluindo antropologia, bioética, história, medicina, comunicação, ciência política, psicologia, relações internacionais e políticas públicas. A publicação apresenta reflexões sobre o alcance dos efeitos da pandemia, que vão muito além do processo saúde e doença. A obra analisa os fenômenos causados pela pandemia a partir de marcadores sociais diversos, como raça, gênero, classe social, sexualidade, territórios e dinâmica social e econômica.
As pesquisas que resultaram no volume foram desenvolvidas simultaneamente no conjunto da cooperação entre as duas redes de pesquisa para responder ao desafio de analisar e enfrentar pandemia de Covid-19 no Brasil. Os esforços somados colocam em destaque a importância das ciências sociais e das humanidades para responder aos grandes e complexos problemas de saúde da população.
Na avaliação do coordenador da Rede Covid-19 Humanidades MCTI, Jean Segata, a indicação do livro ao prêmio foi fundamental para mostrar que as ciências humanas e sociais são importantes no debate a respeito da pandemia. Segundo Segata, a crise sanitária não se resume ao universo dos vírus biológicos. É preciso pensar em quais as condições socioeconômicas, infraestruturas de proteção social, trabalho, entre outros aspectos da realidade das sociedades, que formam um conjunto de elementos que pode potencializar ou não a atuação de um vírus. Para o coordenador, o vírus promoveu transformações na vida das pessoas, com reconfiguração do universo do trabalho, do estudo e da vida social.
O coordenador também afirma que o MCTI, visualizou a pandemia como um evento múltiplo e que além do investimento em vacinas, medicamentos, monitoramento genômicos, entre outras frentes, também contemplou o investimento na pesquisa em ciências humanas e sociais. Segundo Segata, crises sociais, ambientais e sanitárias, por não serem eventos isolados precisam de abordagem conjunta.
Rede Humanidades MCTI - O trabalho mobiliza pesquisadores de diferentes áreas das ciências humanas, sociais e da saúde do Brasil e do exterior em pesquisas qualitativas nas quais se analisa o impacto da Covid-19. Na primeira fase do projeto, o foco estava voltado para análise e resposta aos impactos sociais da pandemia em profissionais da saúde e os grupos vulneráveis em situação de isolamento social. São os resultados dessa pesquisa que subsidiam parte dos artigos do livro. Na segunda fase, que encontra-se em curso, serão investigados os impactos sociais da imunização, e dos ambientes e das práticas de cuidado e de recuperação das pessoas, ou seja, serão estudados os impactos para além da pandemia. O objetivo é subsidiar ações na resposta à pandemia no Brasil, que considerem de modo múltiplo e situado as suas implicações científicas, tecnológicas, sociais, políticas, históricas e culturais.
A publicação ‘Os Impactos Sociais da Covid-19 no Brasil: populações vulnerabilizadas e respostas à pandemia’ pode ser acessada gratuitamente neste link.