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Novo módulo brasileiro que fornecerá dados ambientais inicia viagem para a Antártica
O módulo Criosfera 2, laboratório totalmente automatizado que ampliará a coleta dados ambientais – como informações meteorológicas e sobre a química atmosférica, desembarcou nesta quinta-feira (29) em Punta Arenas, no extremo sul do Chile. O módulo cumpriu a primeira etapa a primeira etapa da viagem para ser instalado no centro do continente gelado. Lá, o módulo receberá mais equipamentos científicos e embarcará em um avião que aterrissa no gelo. A instalação será realizada no próximo verão antártico, quando será realizada a 41ª Operação Antártica, que se inicia em outubro deste ano
De acordo com o responsável pelo projeto, o glaciologista Jefferson Simões, que também é vice-presidente do Comitê Científico de Pesquisas Antárticas, essa será a maior expedição do Brasil no interior da Antártica.
O laboratório desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) integra o Programa Antártico Brasileiro (Proantar). A construção do módulo, que custou R$ 250 mil, foi financiada meio a meio por Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs) e Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI). A operação logística, que envolve o transporte e a instalação na Antártica e também a manutenção do módulo Criosfera 1, custará R$ 3,5 milhões. O valor é custeado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), por meio dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
O módulo Criosfera 1, instalado em 2012, está localizado a 2,5mil km da Estação Antártica Comandante Ferraz ou 667km do Polo Sul geográfico. A distância equivale a trajetória em linha reta entre Rio de Janeiro e Belém do Pará. O local servirá de apoio para a montagem do segundo módulo, o Criosfera 2, que será posicionado a uma distância de 500 quilômetros do primeiro, mais ao centro do continente gelado.
O módulo Criosfera 2 vai permitir expandir em 1 milhão de km2 a área de atuação do Proantar. Novas áreas passarão a ter monitoramento dos gases de estufa na Antártica e seus dados meteorológicos são bases importantes para a calibração de modelos sobre o balanço radiativo na Antártica. O novo módulo será instalado em área geográfica com forte sinal ambiental dos processos relacionados ao enómeno El Niño/La Niña e o SAM (Modo Anular do Hemisfério Sul), entre outros.
Os laboratórios provêm informações de modo contínuo e automatizado de dados ambientais, que permitem o monitoramento da atmosfera antártica na variabilidade climática do Atlântico Sul, e de componentes químicos da atmosfera, como a concentração de dióxido de carbono, que são captados por sensores. As informações abastecem institutos de pesquisa e cientistas do Brasil e do exterior dedicados ao tema.
O projeto também investiga a microbiologia polar, as interações entre as massas de ar antárticas e as do Brasil, avançando o conhecimento sobre as frentes frias que afetam a produção agrícola brasileira, em especial no Centro-Sul do País, além do papel do manto de gelo.
A ação é apoiada pela Secretaria Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), Marinha do Brasil e Força Aérea Brasileira (FAB).