Notícias
No dia da Amazônia, conheça os investimentos do MCTI na região
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) comemora junto com o país neste dia 5 de setembro o Dia da Amazônia. A maior floresta do mundo passa por 8 países (Brasil, Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador) e a Guiana Francesa, tem sua maior parte no território brasileiro, e está presente nos estados do Amazonas, Amapá, Rondônia, Acre, Pará e Roraima.
O MCTI tem investido em programas de ciência, tecnologia e inovação que envolvem os eixos de desenvolvimento sustentável (ambiental, econômico e social) para a região amazônica, que tem uma biodiversidade reconhecida mundialmente por seu valor científico.
As pesquisas desenvolvidas com a biodiversidade da Amazônia têm o potencial de gerar inovações para tratamento contra o câncer, prevenção de infecção com mercúrio, anemia, diarreia, malária, inflamações, hepatite, doenças renais e também produzir novas tecnologias como biomateriais e bioplásticos.
Os investimentos previstos para 2022, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) envolvem projetos de regeneração e monitoramento florestal, laboratórios satélites em meio a maior floresta tropical do mundo, programa de estudos da biodiversidade - cadeias da bioeconomia (com enfoque especial para produtos regionais como Açaí, Cupuaçu e Pirarucu), bioeconomia florestal, projetos de estudos atmosféricos e de mudança do clima, nanotecnologia e materiais avançados, além de empreendedorismo.
Conheça cada um dos projetos do MCTI na região:
AmazonFACE: É um projeto na vanguarda da ciência, pois será o maior laboratório ao ar livre do mundo e ajudará a entender como a Floresta Amazônica poderá responder às mudanças climáticas. A pesquisa inédita contempla a implementação de infraestrutura e realização da pesquisa. As obras iniciaram em junho deste ano.
O projeto recebeu em 2021 a colaboração do Met Office, serviço nacional de meteorologia do Reino Unido, e obteve financiamento complementar junto ao FCDO/UK que vai investir 2,5 milhões de libras, O projeto é liderado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/MCTI) em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A montagem da primeira torre do AmazonFACE foi concluída (26/8), em Campinas (SP). A etapa foi fundamental para avaliação do projeto de engenharia do experimento. A torre de alumínio de 35 metros de altura e 2m x 2m de base tem peso estimado de 1,6 tonelada. Quando instalada no meio da Floresta Amazônica, ultrapassará a copa das árvores.
Esta etapa do projeto prevê a fabricação de 32 torres que serão utilizadas para a construção, na primeira fase, de dois anéis. Cada anel de enriquecimento por CO2 terá 30 metros de diâmetro e contará com 16 torres, que serão conectadas a dois tanques de 25 toneladas de CO2 que farão a injeção do gás carbônico ao ar livre. Com a aprovação da engenharia, serão fabricadas as demais 31 torres. A previsão é que a instalação das torres na floresta se inicie antes do final deste ano.
Regenera Brasil MCTI: A Iniciativa Regenera Brasil, instituída em 2020, tem o objetivo gerar de diretrizes que promovam a recuperação efetiva dos ecossistemas nativos brasileiros, ou seja, produzir evidências científicas que permitam apontar quais as melhores metodologias que podem ser aplicadas em larga escala para recuperar áreas sem aptidão agrícola.
Dois dos três projetos-piloto em curso estão na Amazônia. Na parte ocidental, em Presidente Figueiredo (AM) e, na parte oriental, em Paragominas (PA), sendo executado respectivamente pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e Museu Goeldi, vinculadas ao MCTI. Em 2021 a iniciativa contava com 120 parcelas amostrais.
O investimento com recursos do FNDCT em 2022 será utilizado para expandir a iniciativa para todos os biomas presentes no território brasileiro (Pantanal, Pampa, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Amazônia), além das áreas costeiras. Espera-se atingir de 2,8 mil a 4,2 mil parcelas amostrais. O projeto prevê a definição das áreas prioritárias de regeneração, com a produção de mapas temáticos (tipos de vegetação, biomassa, diversidade e potencial de serviços ecossistêmicos), e coleta de imagens de drones e satélites - multiespectral e LiDAR.
Sistema Amazônico de Laboratórios Satélites (SALAS/MCTI): instituído em 2020, prevê a criação de 50 laboratórios científicos em áreas remotas da Amazônia. São infraestruturas de apoio divididas em bases terrestres e flutuantes, com espaços de laboratórios e acomodações adequadas para permanência de pesquisadores por longo tempo em áreas remotas em meio à maior floresta tropical do mundo. Três estruturas já estão em funcionamento, como o laboratório flutuante Vitória-Régia e a base Peixe-Boi.
Uma Chamada Pública MCTI/CNPq será aberta para atividades de pesquisa nas bases SALAS-MCTI Peixe-boi e Vitória-régia nas temáticas de ciência biológicas, humanas e da saúde.
Outro investimento será usado para ampliar a infraestrutura do sistema em toda Amazônia, com a construção de 47 bases, sendo 33 flutuantes e 14 terrestres.
Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBIO): Criado em 2004, o PPBIO promove a pesquisa científica, em rede e em todos os biomas do Brasil, para preencher as lacunas de conhecimento e atender demandas concretas vindas da comunidade científica e da sociedade brasileira.
A Rede Amazônia é a mais antiga em atuação no PPBIO e conta com centenas de pesquisadores e mais de 100 sítios de pesquisa na região. A participação é importante pois estima-se que apenas 7% da biodiversidade presente no bioma Amazônia seja conhecida.
Uma Chamada Pública do MCTI e CNPq será destinada ao apoio a redes de pesquisa para geração de conhecimentos científicos, tecnológicos e de inovação para o desenvolvimento de ações estratégicas para políticas em biodiversidade em todos os biomas.
Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SIBBR/MCTI): A plataforma on line integra dados e informações de diferentes fontes sobre biodiversidade nacional e os ecossistemas, e torna-os acessíveis para diferentes usos, inclusive fornecendo visualização especializada. Essas informações são relevantes para subsidiar políticas públicas, apoiar ações de conservação e de uso sustentável, bem como promover o conhecimento da biodiversidade. No sistema SiBBr, é possível também obter informações sobre espécies ameaçadas, espécies nativas, informações sobre biomas, áreas protegidas no Brasil, coleções brasileiras, projetos de pesquisas, entre outros. Atualmente, o SIBBR conta com 23,5 milhões de registros de ocorrências de espécies.
Por meio do SiBBr, o Brasil integra o maior esforço global para conhecer melhor a biodiversidade do planeta e disponibilizar gratuitamente as informações existentes, pois é o nó brasileiro da Plataforma Global de Informação sobre Biodiversidade (GBIF), que é a maior iniciativa multilateral de acesso virtual às informações biológicas de aproximadamente 60 países
Rede Brasileira de Coleções Biológicas Científicas: Para 2022 estão previstos investimentos por meio de Chamada Pública para o financiamento de projetos que visem melhorar a infraestrutura física e informatização das coleções biológicas científicas, considerando flora, fauna e microorganismos. O MCTI também prepara portaria que instituirá a Rede Brasileira de Coleções Biológicas Científicas.
Programa Cadeias Produtivas da Bioeconomia: Estabelecido em 2020, o programa visa fomentar a pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e a inovação para a promoção e agregação de valor em cadeias produtivas da biodiversidade brasileira, considerando a sua sustentabilidade e a melhoria da qualidade de vida das populações que dela dependem.
Os esforços são direcionados para o desenvolvimento de novos produtos, insumos, materiais e serviços a partir e para essas cadeias, contribuindo com o desenvolvimento sustentável de populações em todos os biomas brasileiros.
Na região amazôniza, o foco está nas cadeias de Açaí e Cupuaçu por meio do desenvolvimento e implantação de três pequenas fábricas de alimentos adaptadas em contêineres que utilizam energias renováveis para a desidratação da polpa de açaí e cupuaçu, gerando polpa em pó. Os projetos estão localizados em Portel – Ilha de Marajó (PA), Arquipélago do Bailique (AP), e Belém do Solimões e Tabatinga (AM).
Os investimentos são destinados ao fomento a Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) e para subvenção econômica a empresas. As Chamadas Públicas para Desenvolvimento e Fortalecimento de Cadeias Produtivas da Bioeconomia Brasileira são destinadas a ao apoio financeiro à execução de projetos que promovam soluções aos gargalos científicos e tecnológicos enfrentados na estruturação e fortalecimento de cadeias produtivas baseadas na biodiversidade brasileira, desenvolvendo produtos, processos, tecnologias e serviços de modo a agregar e reter valor junto aos elos iniciais das cadeias produtivas, melhorando a qualidade de vida das populações atendidas.
Observatório da Torre Alta da Amazônia (Torre ATTO): O Observatório de Torre Alta da Amazônia (Torre ATTO) é um laboratório de pesquisa na floresta Amazônica brasileira, localizado em São Sebastião do Uatumã (AM). Com 325 metros de altura, a torre principal está equipada com instrumentação científica, com 19 níveis de medições de processos. Esse experimento científico único e de ponta é capaz de gerar dados sobre a conexão da floresta com o funcionamento do clima, por meio de informações de alto impacto para a comunidade científica e para a vida das pessoas. A Torre foi inaugurada em 2015 e é resultado de cooperação entre Brasil (INPA/MCTI) e Alemanha (Instituto Max Planck).
Os investimentos em 2022 serão empregados na manutenção de infraestrutura existente e sua ampliação, aquisição de infraestrutura e Chamada Pública, via MCTI/CNPq, para apoio a projetos utilizando a infraestrutura da torre ATTO.
O MCTI também atuou para a obtenção de financiamento complementar, no valor de 5 milhões de Euros, por meio de cooperação internacional junto à Sociedade Max Planck para o triênio 2022-2024.
Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNANO): É formado por um conjunto de laboratórios direcionados à pesquisa, desenvolvimento e inovação em nanociências e nanotecnologias, tendo caráter multiusuário e de acesso aberto a usuários públicos e privados, mediante submissão de propostas de projetos ou de requisição de serviços.
Programa Centelha: O Programa Centelha visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Brasil. Até junho de 2022 já foram aportados ao projeto mais de R$ 7,98 milhões de reais. Ao todo 157 startups receberam apoio até o momento na região Norte do país.
EMBRAPII/BNDES: Foi realizado em maio lançamento de Seleção Pública EMBRAPII/BNDES, para selecionar até 10 ICTs da região Norte para integrar a Rede de Unidades da EMBRAPII.
Laboratório NB3: No início de junho foi implementado o laboratório NB3 no Laboratório Temático Biotério Central do INPA em Manaus, para realizar análises in vitro e in vivo com microrganismos altamente patogênicos com o vírus SARS-COV-2.
Materiais avançados e minerais estratégicos - Chamada Pública MCTI/Finep/AT Materiais Avançados e Minerais Estratégicos, serão contratados três projetos com a Universidade Federal do Pará para pesquisas com materiais avançados e minerais estratégicos.