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MCTI investe cerca de R$ 3milhões em pesquisas sobre vírus monkeypox
Primeira imagem gerada no Brasil de Microscopia Eletrônica de Transmissão de células Vero Infectadas com o vírus Monkeypox isolado. Aumento de 20 mil vezes. Os vírus foram colorizados artificialmente Imagem: Centro de Microscopia da UFMG
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio da Secretaria de Pesquisa e Formação Científica (SEPEF), investiu R$ 2.964.541,90 na contratação do projeto "Aspectos científicos do surto de Monkeypox vírus (varíola símia) no Brasil". Os recursos são oriundos do orçamento da SEPEF/MCTI e foram liberados por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Os pesquisadores responsáveis pelos quatro eixos temáticos do projeto e os integrantes da SEPEF reuniram-se nesta semana (13) para o detalhamento dos subprojetos que serão executados ao longo de 24 meses.
Uma das linhas de pesquisa envolve vacinas e avaliação do status imunológico da população e desenvolvimento de testes de antígeno viral para sorologia. O trabalho desta linha de pesquisa se iniciou na semana passada com o recebimento do vírus semente do Vírus Vaccínia Ankara Modificado (MVA). Os pesquisadores do CT Vacinas se concentrarão em desenvolver vacina contra a varíola símia.
Os subprojetos dessa linha contemplam ainda a caracterização imunologicamente a infecção humana pelo vírus Monkeypox e a avaliação do status imunológico das populações urbanas brasileiras para Orthopoxyvirus, família de vírus da qual o Monkeypox faz parte.
Outra linha se concentra no monitoramento da inserção do vírus em animais silvestres e domésticos (principalmente animais de tutores positivos). Essa linha de pesquisa visa o entendimento das características eco epidemiológicas do Monkeypox vírus em diferentes espécies animais, e as interrelações entre a biologia e ecologia dos hospedeiros e a prevalência e diversidade de vírus;
Os pesquisadores também efetuarão a avaliação estrutural e genômica do vírus, concentrando-se na análise das cepas circulantes no Brasil.
O projeto prevê ainda o estabelecimento de modelos animais para estudos de virologia. Isso significa que camundongos com alguma imunossupressão serão utilizados para avaliar fármacos antiviris já existentes ou novos.
Ações efetuadas pela CâmaraPOX MCTI - A CâmaraPOX é um grupo de trabalho temporário de caráter consultivo, formado em 18 de maio de 2022, que visa a auxiliar o MCTI na definição de prioridades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação para o enfrentamento do vírus monkeypox. É composta por oito membros que são pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Feevale, do Rio Grande do Sul, e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Entre as ações de destaque efetuadas estão o sequenciamento genômico e depósito em banco internacional da primeira sequência nucleotídica completa de um vírus da varíola símia obtida de um paciente no Brasil, realizado em meados de junho.
Os integrantes da Câmara POX e da RedeVírus MCTI também efetuaram na primeira quinzena de junho o isolamento, cultivo em células do vírus monkeypox. O vírus inativado foi remetido para os laboratórios da RedeVírus MCTI para uso em controle diagnóstico positivo da doença
Outra ação foi a disponibilização de insumos e protocolo para pesquisa de diagnóstico molecular de monkeypox vírus, disponibilizado em julho. No mesmo mês, virologistas associados à Rede Vírus e à CâmaraPOX/RedeVírus MCTI geraram a primeira imagem de microscopia eletrônica de monkeypox vírus no Brasil, e possivelmente a primeira na América Latina. As imagens foram obtidas no Centro de Microscopia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo os pesquisadores, a execução desta imagem demonstra a capacidade instalada mostra capacidade instalada para observar o ciclo viral em célula. Isso é importante para os estudos do vírus.