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Em seminário, MCTI apresenta ações de bioeconomia, desenvolvimento sustentável e economia circular
Foto: Marcelo Camará (SEAPC / MCTI )
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) apresentou nesta terça-feira (27) as ações coordenadas pela Secretaria de Pesquisa e Formação Científica para a área de bioeconomia, desenvolvimento sustentável e economia circular. A palestra integrou a programação do workshop organizado pelo Núcleo Temático de Estudos Aplicados à Produção Sustentável (NUTEA) do Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCTI).
A oficina realizada pelo INSA/MCTI reuniu representantes da academia, iniciativa privada, sociedade civil e governo para debater estratégias e caminhos sobre as principais tendências envolvendo eficiência para as cadeias produtivas da bioeconomia, crescimento econômico e desenvolvimento social. Os organizadores pretendem, após a atividade, estabelecer um roadmap para a área de bioeconomia na região. O projeto também contempla a Agenda Estratégica de Sustentabilidade e Inovação, orientada para o ano de 2032, que tenha potencial para subsidiar a produção de conhecimentos científicos, o desenvolvimento de tecnologias, políticas públicas, e ações para as cadeias produtivas de origem animal e vegetal, dando ênfase para a bioeconomia e a economia circular.
O Secretário de Pesquisa e Formação Científica (SEPEF/MCTI) destacou que o Brasil pode ser considerado um dos maiores atores da bioeconomia global, considerando a aptidão natural para o desenvolvimento da área, por meio da diversidade biológica que possui e que ainda carece de ser estudada para ser utilizada de forma racional e sustentável. Para exemplificar, o Secretário lembrou que hoje o Brasil é expoente do agronegócio e que esse é o resultado da decisão do País que, há algumas décadas, optou por desenvolver a aptidão nacional para agropecuária por meio de investimentos em pesquisa no desenvolvimento da agricultura e da pecuária tropicais.
A partir desse exemplo, ele afirmou que a pasta ministerial tem empreendido esforços para contribuir, por meio da pesquisa, do desenvolvimento e da inovação, no impulsionar o desenvolvimento sustentável, da economia circular e da bioeconomia, e transformar esse conhecimento em resultados.
A Estratégia de Bioeconomia do MCTI está ancorada em eixos estratégicos: produção sustentável; biomanufatura industrial; gestão do conhecimento e apoio aos bionegócios. E, entre as ações que estão em curso encontra-se o Programa Cadeias Produtivas da Bioeconomia MCTI, que busca agregar valor em cadeias produtivas da biodiversidade brasileira e ajudar na melhoria das condições de vida de comunidades locais. As cadeias contempladas na primeira fase envolvem licuri, açaí/cupuaçu e pirarucu. A ciência e tecnologia estão sendo utilizadas para preencher lacunas do conhecimento e superar gargalos tecnológicos enfrentados por essas comunidades locais onde são desenvolvidos os projetos-piloto.
A Cadeia Produtiva do Licuri, por exemplo, conta com uma unidade experimental de manufatura em Capim Grosso (BA). A ênfase do trabalho tem como peça central o óleo da amêndoa do licuri e seus subprodutos. Além de agregar valor por meio do desenvolvimento de novos bioprodutos para a indústria cosmética, o projeto contempla o manejo das áreas de cultivo, a pesquisa de propriedades farmacêuticas de moléculas encontradas no óleo, melhorias nos processos produtivos e aproveitamento dos resíduos. O projeto envolve comunidades agroextrativistas e também forma recursos humanos. O trabalho é coordenado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e em parceria com cooperativas locais para que a pesquisa, com ênfase na sustentabilidade e em projetos de cadeias produtivas da bioeconomia, possam contribuir com o processo de modo a propiciar a exploração sustentável da biodiversidade da caatinga.
O secretário destacou ainda que o setor empresarial acompanha com atenção o desenvolvimento científico na área e trabalha de modo articulado por meio de organizações como a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Chamadas Públicas abertas - Ao longo da palestra, o Secretário abordou as chamadas públicas que estão abertas para seleção de projetos na área de bioeconomia. Um dos temas centrais do painel, as cadeias produtivas possuem duas Chamadas Públicas abertas totalizando R$ 40,0 milhões, sendo R$ 28,0 milhões para o fomento de Institutos de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICT) e R$ 12,0 milhões para a subvenção em empresas. Outro edital, no valor global de R$50 milhões, envolve subvenção a empresas para inovação na área de biotecnologia voltada à saúde humana, agropecuária, meio ambiente e indústria. Por fim, apresentou outra seleção com valor de R$10 milhões está direcionada ao apoio de projetos sobre sistemas alimentares contemporâneos, novos ingredientes, proteínas alternativas e novas tecnologias de alimentos.