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Em Fortaleza (CE), MCTI assina acordo para capacitação de pessoas cegas e com baixa visão
Foto: Neila Rocha (SEAPC / MCTI)
Um projeto desenvolvido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) com a Softex vai capacitar 120 deficientes visuais como programadores em Fortaleza (CE). O acordo de cooperação técnica com o Instituto Iracema de Pesquisa e Inovação e a Universidade Estadual do Ceará foi assinado na segunda-feira (26) durante uma visita técnica do ministro do MCTI à Universidade para conhecer e avaliar a capacidade da instituição como parte integrante do programa.
O projeto-piloto tem recursos totais da ordem de R$ 3 milhões e conta também com a parceria do Instituto Iracema, a quem caberá desenvolver a metodologia e auxiliar na redução dos custos de produção dos teclados, mouses e impressoras a serem utilizados pelos alunos. Durante a visita, o ministro do MCTI conheceu os equipamentos desenvolvidos, incluindo sistemas de aprendizado e impressão em Braille, e de realidade virtual e aumentada.
No Brasil, mais de 7 milhões de pessoas apresentam alguma deficiência visual, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Deste total, cerca de 580 mil são completamente cegas e mais de 6,5 milhões apresentam baixa visão, seja por consequências congênitas ou adquiridas ao longo da vida.
Na cerimônia de assinatura do acordo, o ministro destacou que as tecnologias assistivas são estratégicas e prioridade para o MCTI e lembrou que o primeiro instituto brasileiro voltado para a inclusão de deficientes visuais foi criado em 1854. Segundo ele, no ano do bicentenário é importante recordar o trabalho realizado para a inclusão social de parcela significativa da população por meio da ciência e da tecnologia. Essas áreas são vetor da transformação, e o Brasil não pode deixar ninguém para trás.
O vice-presidente executivo da Softex lembrou que setembro é o mês da pessoa com deficiência e, de acordo com a pesquisa nacional de saúde, apenas 1% consegue colocação no mercado de trabalho. Segundo ele, esse fato mostra a importância de desenvolver políticas públicas específicas que possam ajudar a corrigir essa exclusão e, também, garantir a esse grupo uma atividade de maior valor agregado.
Segundo dados de um levantamento realizado pelo Observatório Softex, unidade de estudos e pesquisas da entidade, o déficit de profissionais de TI no país deverá superar 408 mil no final deste ano. De acordo com o presidente da Softex, o setor de tecnologia pode ajudar a corrigir essa exclusão oferecendo a esse contingente postos de trabalho mais bem remunerados, ajudando a indústria a reduzir esse gap e preenchendo as vagas em aberto para pessoas com deficiência.