Notícias
Com certificado do Inmetro, Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG avança para transformar-se em centro nacional
Crédito: Marcilio Lana/UFMG
O Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é considerado uma referência nacional para o desenvolvimento de testes de diagnóstico e de vacinas. São mais de duas décadas de trabalho que permitiram a formação de redes de pesquisa, como a Rede Mineira de Biomoléculas, o Instituto do Milênio, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Vacinas (INCTV) e culminaram no CT Vacinas.
O local reúne as competências necessárias e, por isso, está em processo de transformação para ser o Centro Nacional de Tecnologia de Vacinas, conforme um acordo firmado em 2021 com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O Centro Nacional terá como escopo o desenvolvimento de novos imunizantes, incluindo novas plataformas vacinais, em boas práticas de laboratório e fabricação desde o princípio do processo de pesquisa.
A certificação Boas Práticas de Laboratório (BPL) foi emitida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) no final de julho deste ano. Trata-se de um sistema da qualidade que referenda o processo organizacional e as condições sob as quais estudos e pesquisas referentes à saúde e ao meio ambiente são planejados, realizados, monitorados, registrados, arquivados e relatados.
No caso de laboratórios que desenvolvem pesquisas na área da saúde, a certificação BPL é um dos requisitos determinados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O processo é necessário para atender as normas regulatórias para a produção de lotes pilotos de imunizantes que, com isso, poderão ser utilizados em testes pré-clínicos e clínicos.
Pesquisadores que trabalham com o desenvolvimento de imunizantes em todo o território nacional poderão utilizar a estrutura, pois o Centro Nacional de Tecnologia de Vacinas será um hub para o desenvolvimento de projetos de inovação nas áreas de imunizantes, de kits diagnósticos e de fármacos, com foco na transferência tecnológica para empresas e instituições que atuem no mercado de saúde.
Preparação – Para obter a certificação, o CT Vacinas precisou cumprir uma série de procedimentos que padronização das práticas e, assim, garantir a qualidade e a reprodutibilidade dos experimentos. De acordo com os responsáveis pelo CT Vacinas, a certificação gera um nível de detalhamento das práticas laboratoriais infinitamente mais complexo do que aquele normalmente observado nos laboratórios que realizam pesquisas dentro da universidade.
O CT Vacinas se submeteu a minuciosa preparação para obter o BPL. Uma equipe supervisionou todos os protocolos do laboratório e definiu os padrões a serem seguidos. O Inmetro inspecionou o laboratório em março e acompanhou por uma semana o trabalho das equipes, sugerindo algumas modificações para que a certificação fosse concedida.
Além da autorização para que o CTVacinas inicie testes clínicos, a certificação também ajudará o laboratório a criar acordos e parcerias com empresas. O CT Vacinas também é uma unidade Embrapii, o que reconhece o Centro como um laboratório que possui estrutura adequada para fazer acordos com empresas para o desenvolvimento de tecnologias e inovações na área de biotecnologia. Segundo os pesquisadores, a certificação BPL vai facilitar a captação desses acordos, porque muitas empresas a exigem antes de firmarem parcerias.
Seguindo com a estratégia de desenvolvimento de vacinas nacionais, no início de setembro, o CT vacinas recebeu o vírus semente Vírus Vaccínia Ankara Modificado (MVA), doado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. O material biológico será utilizado para o desenvolvimento de uma vacina contra monkeypox e também como plataforma para outras vacinas antivariólicas.
Com informações da UFMG