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Boletim de monitoramento genômico indica circulação de diversas sublinhagens da variante Ômicron do SARS-CoV-2
Figura: Distribuição das sublinhagens de SARS-CoV-2 nas 84 amostras sequenciadas pelo Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale em agosto de 2022
O boletim 22 da Corona-ômica Br MCTI, publicado na quinta-feira (1º/9), destaca a circulação de diversas sublinhagens da variante Ômicron do vírus SARS-CoV-2. Os pesquisadores avaliaram 84 amostras coletadas entre janeiro e agosto deste ano em cerca de 20 municípios do Rio Grande do Sul e também de viajantes que cruzaram a fronteira com a Argentina. O material foi analisado e sequenciado no Laboratório de Microbiologia Molecular (LMM) da Universidade Feevale e na Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).
Os genomas sequenciados foram analisados por meio da plataforma online Nextclade. Além da disponibilização na base de dados públicos nacionais, as informações genômicas são disponibilizadas na plataforma internacional GISAID.
Todas as amostras analisadas foram caracterizadas como pertencentes à linhagem Ômicron, tendo sido identificadas pelo menos 14 diferentes sublinhagens. Há cerca de dois meses, havia hegemonia de uma única linhagem no estado.
Momentos sem a predominância de uma variante já ocorreram ao longo da pandemia de Covid-19 e abrem muitas possibilidades. De acordo com o coordenador do projeto, diversificação ‘bastante alta’ na circulação de sublinhagens merece atenção, pois a tendência é que uma sublinhagem possa preponderar e, dependendo de qual for, pode levar ao aumento no número de casos dependendo da transmissibilidade, entre outros fatores.
O pesquisador destaca a relevância da continuidade do monitoramento para identificar variantes, em especial, que possam apresentar potencial de escape vacinal e destaca que as atuais vacinas apresentam proteção clínica.
Segundo o coordenador, as sublinhagens nomeadas BF, derivadas das linhagens BA.5.2.1 e 5.2 da Ômicron, são novas e atraem a atenção dos pesquisadores pois têm se disseminado em vários países chegando a atingir índices de até 25% de predominância.
Corona-Ômica.Br-MCTI – O projeto estabelece uma rede de laboratórios descentralizados para captação e sequenciamento genômico de amostras de Sars-CoV-2. A rede oferece suporte também aos estudos de transcritômica de forma a acompanhar a evolução vírus no Brasil, bem como as características ligadas à severidade da infecção em pacientes brasileiros. A partir dessas análises, é possível identificar mutações associadas à virulência e até mesmo a busca de potenciais estratégias terapêuticas.
Acesse o boletim neste link.