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Doação do INMA contribui para recompor coleção de insetos do Museu Nacional
Um total de 250 insetos da ordem Lepidoptera foi doado ao Museu Nacional pelo Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologias e Inovações (MCTI) e sediada em Santa Teresa, região serrana do Espírito Santo. São borboletas e mariposas coletadas pelo biólogo, pesquisador do INMA que vem realizando estudos na Serra do Padre Ângelo, em Conselheiro Pena (MG), no âmbito do projeto Biodiversidade, conservação e perspectivas ao estudo dos ecossistemas rupícolas da Mata Atlântica.
A doação do material coletado contribui para recompor a coleção do Museu Nacional, quase totalmente destruída por um incêndio em setembro de 2018. Coleções biológicas são extremamente valiosas pois guardam informações sobre as espécies e o ambiente em que vivemos e podem nos ajudar a identificar áreas prioritárias para a conservação, por exemplo, ressalta o pesquisador.
O material está sendo incorporado à coleção do MN pela equipe da pesquisadora Thamara Zacca, do Laboratório de Pesquisas em Lepidoptera do Museu Nacional, pertencente à UFRJ. Para isso, os espécimes precisam ser preparados, etiquetados e identificados, e os resultados desta pesquisa serão publicados em revistas científicas, trabalho realizado em parceria entre Museu Nacional e INMA. A interação com o Museu Nacional contribuirá também para identificação de material na coleção zoológica do INMA, reforçando a colaboração entre as duas instituições.
Essa doação veio a somar aos esforços que estamos realizando para recompor o acervo perdido no incêndio. Essa soma não é apenas em números, mas também contribui qualitativamente para o novo acervo, uma vez que ainda não tínhamos exemplares de lepidópteros de Minas Gerais. Essa representatividade geográfica é essencial em uma coleção científica, pois viabiliza a realização de pesquisas nas mais diversas áreas, tais como Taxonomia, Sistemática e Biogeografia, explica a pesquisadora.
Conforme Thamara, a grande maioria das coleções entomológicas do Museu Nacional ficava alocada no Palácio Imperial, onde ocorreu o incêndio. Como são exemplares muito frágeis, é de se esperar que nada tenha escapado ao trágico incêndio que atingiu a edificação em 2018. Os únicos exemplares que não foram afetados pelo incêndio foram aqueles que ficavam depositados em outro prédio, como, por exemplo, a coleção de Diptera – ordem de insetos que abrange as moscas e mosquitos – e os que estavam sob empréstimo a outras instituições de pesquisa”, relata a pesquisadora. Antes do incêndio, havia aproximadamente 12 milhões de exemplares de insetos depositados na coleção, dos quais 186 mil exemplares eram de borboletas e mariposas.
Atualmente, a coleção entomológica do Museu Nacional já está com cerca de 75 mil exemplares, com um aumento significativo a cada dia. A coleção de Lepidoptera, por exemplo, já possui aproximadamente 10 mil exemplares de borboletas e mariposas provenientes de coletas realizadas pelo Laboratório de Pesquisas em Lepidoptera (LaPeL) do Departamento de Entomologia do Museu Nacional e doações, como essa realizada pelo INMA, explica a pequisadora.
Além de contribuir com a reestruturação da coleção do Museu Nacional, a doação contribui com pesquisas sobre a biodiversidade dessa região da Mata Atlântica, com estudos ainda incipientes, especialmente da entomofauna.
A coleção de lepidópteros do Museu Nacional, incluindo o conjunto de insetos doados pelo INMA, está disponível para a comunidade científica.