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Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear celebra 70 anos de atividades
Foto: Neila Rocha (SEAPC / MCTI)
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) participou na segunda-feira (22) de evento em celebração dos 70 anos de atividades do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), que é uma das unidades de pesquisa da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), vinculada ao ministério. O evento, realizado no auditório da sede do CDTN, em Belo Horizonte (MG), contou com a presença do ministro do MCTI, entre outros representantes da pasta.
O CDTN atua na pesquisa e desenvolvimento, ensino em pós-graduação e prestação de serviços na área nuclear e em áreas correlatas. As principais atividades do Centro hoje envolvem as áreas de tecnologia nuclear, minerais e materiais, saúde e meio ambiente. Nas aplicações das radiações e técnicas nucleares destacam-se o tratamento de rejeitos radioativos, monitoração e remediação ambiental, metrologia das radiações, desenvolvimento e produção de radiofármacos, otimização de processos de extração e purificação mineral, nanotecnologia, integridade estrutural e gerenciamento do envelhecimento de componentes mecânicos de instalações de grande porte. Há forte cooperação com os setores de energia, saúde, indústria do petróleo e meio ambiente.
Na chegada à sede, a equipe do MCTI realizou visita técnica às obras de adequação da infraestrutura do prédio que abrigará o projeto do GraNioTer, com apoio da FINEP. A comemoração do aniversário da unidade de pesquisa incluiu o desenlace da fita para a abertura do Espaço Memória, que é uma área nas instalações do CDTN, localizado no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) dedicado à história do Centro, com uma exposição de fotografias e objetos de significado relevante nos 70 anos da unidade de pesquisa. Houve a apresentação de um livro comemorativo dos 70 anos do CDTN, que está disponível para download na página do Centro. Com a apresentação de vídeos e a entrega de placas comemorativas e arranjos de flores, também foram feitas homenagens aos colaboradores recém-aposentados, aos egressos do programa de pós-graduação e aos servidores ausentes.
Na solenidade, o ministro ressaltou os benefícios que as tecnologias nucleares trazem para a sociedade e para a melhoria da qualidade de vida, e que em suas sete décadas o Centro intensificou seu foco e ampliou sua abrangência. A ciência tem o compromisso com o futuro, segundo o ministro, e o CDTN com suas atividades de ensino e pesquisa tem formado profissionais multiplicadores e conhecimento relevante para o desenvolvimento do País.
Participaram do evento, além do ministro e integrantes da equipe do MCTI, o presidente da CNEN, o diretor do CDTN e o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do CDTN.
História do CDTN
Como Instituto de Pesquisas Radioativas (IPR), o CDTN foi fundado em 1952 por um grupo de professores da Escola de Engenharia da UFMG, liderados por Francisco de Assis Magalhães Gomes. Suas atividades iniciais incluíam a pesquisa de ocorrências minerais radioativos e estudos em física e química nuclear, metalurgia e materiais de interesse nuclear. Seu reator de pesquisa TRIGA (Training Research Isotope General Atomic) Mark 1, dedicado à pesquisa, à produção de radioisótopos e ao treinamento de pessoal, foi inaugurado em 1960.
O IPR passou a integrar o Plano Nacional de Energia Nuclear em 1965, a partir da assinatura de convênio entre a UFMG e a CNEN. Separado da UFMG e transferido para a Companhia Brasileira de Tecnologia Nuclear (CBTN) em 1972, agregou às suas finalidades o desenvolvimento da tecnologia nuclear. Em 1974, foi incorporado pela companhia estatal Empresas Nucleares Brasileiras S/A (NUCLEBRÁS), e em 1977, teve sua denominação alterada para Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), com o papel de apoiar o desenvolvimento tecnológico das unidades industriais da NUCLEBRÁS, absorvendo a tecnologia nuclear transferida no âmbito do acordo Brasil-Alemanha (1974-1988). Neste período, o CDTN atuou intensamente na prospecção de urânio, no licenciamento das instalações de mineração, beneficiamento do minério de urânio e na fabricação de elementos combustíveis, bem como do treinamento de operadores de reatores para a Usina Nuclear de Angra 1.
Com a extinção da NUCLEBRÁS, em 1988, voltou a fazer parte da CNEN, e ter uma atuação mais voltada para P&D e formação especializada na área nuclear e em áreas correlatas. Nesta nova fase, o CDTN estabeleceu maior cooperação com outras instituições de pesquisa, com a indústria e órgãos de governo, expandindo sua interação com a sociedade.
Em 2003, o CDTN iniciou o Programa de Pós-graduação, em nível de mestrado, e, em 2010, o de doutorado, de significante relevância para a formação de novas gerações de pesquisadores.
No ano de 2008, acentuou sua atuação na Saúde, no suporte à área de Medicina Nuclear, com a instalação de um Cíclotron e implantação da Unidade de Pesquisa e Produção de Radiofármacos.